Título: Greve ameaça produção de petróleo
Autor:
Fonte: Jornal do Brasil, 12/07/2008, Economia, p. A19

Petrobras já tem plano de emergência, e sindicato marca paralisação para segunda-feira

O Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense anunciou ontem que iniciará uma greve na segunda-feira, com parada de produção, mesmo que a Petrobras apresente antes à categoria uma proposta para atender as reivindicações feitas pelos trabalhadores. Ontem à tarde, representantes da categoria e da estatal se reuniram, com mediação do Ministério Público do Trabalho (MPT), mas não houve acordo sobre efetivo mínimo nas plataformas e conseqüente produção, e tampouco sobre o mérito central da parada dos trabalhadores. Eles reivindicam que a Petrobras passe a considerar o dia de saída da plataforma como mais uma data de trabalho.

A greve ocorrerá em 41 plataformas da Bacia de Campos, que responde por 80% da produção de petróleo do Brasil.

¿ Foi tomada a decisão de só negociar com a greve acontecendo ¿ disse José Genivaldo Silva, diretor da Federação Única dos Petroleiros.

Providências

O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, disse que a empresa já tem um plano de contingência e que permanece aberta a negociações. A empresa vai "exigir condições" para que seja mantida a produção em caso de greve.

¿ Estamos negociando, estamos abertos, e somos da natureza de evitar a greve para que não afete a produção ¿ disse Gabrielli em São Paulo. ¿ A produção vai continuar. Vamos, se necessário, implementar um plano de contingência para manter a quantidade mínima de funcionários para continuar produzindo.

A greve dos trabalhadores da Petrobras, anunciada na quinta-feira, está sendo vista pelo mercado com um dos motivos da alta dos preços internacionais da commotity.

¿ A Petrobras nos diz todo dia que está aberta a negociações, eles nos recebem bem e tudo, mas aí dizem que já fizeram sua oferta final ¿ disse Silva.

Separadamente, o sindicato realizará uma reunião na terça-feira para discutir a possibilidade de uma greve nacional de cinco dias em todas as instalações da Petrobras, incluindo refinarias e terminais, para exigir uma maior participação nos lucros da empresa.

Uma greve nacional de cinco dias de trabalhadores da Petrobras em 2001 reduziu seriamente a produção e forçou o Brasil a importar petróleo.

Reunião

A Petrobras e o Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense não chegaram a acordo sobre a manutenção de um volume mínimo de produção na próxima semana.

A ameaça de greve se intensificou no início deste mês. A Petrobras havia recebido prazo para formalizar proposta até 4 de julho, e marcou reunião para a última terça-feira. No encontro, alega o sindicato, não houve proposta da estatal. A partir daí, os trabalhadores decidiram parar. Procurada, a Petrobras ainda não se pronunciou sobre a reunião.