Título: Brasil, Peru e Colômbia vão vigiar rios da selva
Autor:
Fonte: Jornal do Brasil, 21/07/2008, Internacional, p. A21

Outro importante palco da jornada "Liberdade Já" foi Leticia, cidade na Amazônia, onde ontem se reuniram os presidentes da Colômbia, Álvaro Uribe; do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva; e do Peru, Alan García, para assistir aos desfile militar que celebrou o 198º aniversário da independência da Colômbia.

Depois do ato, Lula engrossou o coro pela libertação dos reféns em poder da guerrilha.

¿ Só uma palavra. De um poeta brasileiro que uma vez escreveu uma frase muito bonita sobre a liberdade. Ele gritava: "Liberdade, liberdade nos abrace, liberdade, liberdade nos abrace, liberdade, liberdade para todos" ¿ disse Lula, em português.

Em seguida, García mencionou os anos em que viveu exilado na Colômbia e pediu, citando trechos do hino colombiano:

¿ Que tenha fim a horrível noite, que se abra o caminho da vitória do povo e de seu projeto independente de liberdade.

Além do desfile militar, as comemorações de independência incluíram um show da cantora pop colombiana Shakira, que cantou o hino nacional, a convite do presidente. Também estiveram na parada os 11 militares e policiais resgatados pelo Exército no dia 2, com Ingrid Betancourt e os americanos.

Amazônia

Além de festa, o domingo foi de trabalho para os três presidentes. Brasil, Colômbia e Peru firmaram um acordo para aumentar a vigilância nos rios da selva amazônica e combater as ações dos grupos armados ilegais, como a guerrilha, os traficantes de armas e os narcotraficantes.

¿ A ação trinacional nos rios fronteiriços é para fortalecer nosso trabalho nesse importantíssimo território de mais de 4 milhões de quilômetros quadrados e 50 milhões de habitantes, para evitar que seja alvo de cultivos ilegais ou tráfico de armas ¿ justificou o peruano.

Como parte do acordo, o Brasil vai efetuar uma vigilância por satélite e aérea dos rios da selva, que se complementará com obras de investimento social dos três países.

O ministro da Defesa da Colômbia, Juan Manuel Santos, disse que o acordo é importante porque os rios se converteram em "rodovias" para a mobilização da guerrilha, grupos de narcotraficantes e traficantes de armas.