Título: Mudança aumentará a receita da Caesb
Autor: Mariana Santos
Fonte: Jornal do Brasil, 14/02/2005, Brasília, p. D6

A individualização dos hidrômetros pode trazer arrecadação extra para a Caesb. A companhia estuda a cobrança de uma taxa de manutenção, no valor de R$ 1,44, de cada hidrômetro instalado nos apartamentos que se adaptarem à lei. O valor é cobrado atualmente de todos os hidrômetros instalados em casas e nas centrais dos condomínios. O potencial estimado de novas instalações, entre prédios antigos e em construção, é de 160 mil. De acordo com João Batista Fernandes, diretor de produção e comercialização da Caesb, essa questão deve ser decidida na regulamentação da lei. Ele acredita, no entanto, que a tendência é continuar cobrando o valor apenas sobre o hidrômetro geral do condomínio, que continuará existindo.

Com as contas individualizadas, a expectativa é de queda no consumo de água, pois os moradores ficarão mais atentos em economizar. A Caesb pretende compensar a esperada queda na receita com menos investimentos em captação hídrica. João explica que que a expectativa é de uma redução de 10% na fatura com o racionamento.

- Porém, vamos postergar investimento, pois atenderemos mais pessoas com a mesma estrutura - afirma.

O mercado oferece sistemas tão modernos que é possível verificar, por exemplo, o quanto se gasta de água ao lavar a louça ou o quão despendioso foi um banho. O sistema existe na 302 Sudoeste, edifício Maison Debré - o primeiro a instalar hidrômetros individuais no DF, ainda na planta. Mas segundo o síndico, o engenheiro Luiz Gertrudes Filho, o sistema não é usado há quase dois anos, por conta de uma falha. Quando estava em pleno vapor, tudo era controlado da portaria do prédio.

- Se acusar a saída de água por mais de duas horas, por exemplo, acusa na tela. Pode ser um vazamento - explica Ronaldo Garcia, porteiro do edifício que fez um curso para aprender a lidar com os aparelhos.

São sete hidrômetros por imóvel, entre manuais e eletrônicos, e os moradores recebiam separadamente contas de água fria, quente e de gás. Gertrudes conta ainda que o condomínio poderia instalar um sistema para fechar determinados hidrômetros da rede, caso registrassem um vazamento no apartamento de um morador viajando.

- Esse controle é fundamental. Os moradores daqui estão ansiosos para ver tudo funcionando de novo - disse o síndico, afirmando que em três meses tudo deve estar restabelecido. Segundo seus cálculos, a economia trazida pelo sistema, que custou R$ 120 mil incluídos no custo da obra, chegava a 30%