Título: Países em desenvolvimento querem acesso a mercado
Autor:
Fonte: Jornal do Brasil, 23/07/2008, Economia, p. A18

REUTERS A manobra americana ao re- duzir o limite de subsídios ao setor agrícola para US$ 15 bilhões não impressionou todas as nações de peso que participam da Rodada de Doha ­ países fundamentais para garantir que um acordo seja selado nesta semana, evitando que as negociações sejam suspensas, provavelmente por alguns anos. ­ Minha resposta imediata é de que isso não passa pelo teste da risada ­ afirmou uma importante autoridade indiana. O Brasil defendeu a realização de cortes maiores. ­ Este é apenas o segundo dia de conversas. Imaginamos então que há espaço de manobra para reduções mais profundas ­ disse um diplomata brasileiro. O Brasil e a Índia são peças-chave para o processo porque os EUA e a União Européia exigem que as grandes economias em desenvolvimento abram os mercados para produtos manufaturados e agrícolas em troca de reformarem o setor agropecuário. Os países em desenvolvimento reclamam há muito tempo do volume enorme de subsídios pagos pelos EUA, o que expulsaria agricultores do mercado, e diminuiria a oferta de alimentos e iria contribuir para a recente disparada dos preços globais.

Impasse

Além das divergências sobre os subsídios agrícolas, a reunião de Genebra pode fracassar pela ausência do ministro indiano Kamal Nath, de um dos quatro principais negociadores. Atrasado por um voto de confiança que ameaçava ontem a sobrevivência do governo indiano, o ministro do Comércio e da Indústria deve chegar somente hoje a Genebra, onde os ministros de 35 países estão reunidos para tentar concluir as negociações da Rodada Doha.