Título: Motim termina com dois mortos
Autor:
Fonte: Jornal do Brasil, 22/01/2005, País, p. A6

BELO HORIZONTE - Uma rebelião na colônia penal Jacy de Assis, em Uberlândia (Triângulo Mineiro), terminou ontem com dois presos mortos. O motim havia começado por volta das 8h30 e durou cerca de 12 horas. Três agentes penitenciários foram mantidos reféns. Presos rivais também foram dominados e agredidos. Segundo a Polícia Militar, 15 deles sofreram ferimentos.

Os cerca de 400 rebelados atearam fogo em colchões e quebraram o telhado da unidade. De acordo com a Secretaria de Defesa Social, uma tentativa frustrada de fuga antecedeu a rebelião, que começou em uma ala que abriga presos provisórios - são cerca de 300 pessoas. Os presos, então, passaram a exigir transferências e revisão de penas. A colônia penal está superlotada: abriga cerca de 650 presos, mas tem capacidade só para 477.

Segundo o batalhão de Polícia Militar da região, por volta das 14h, dois dos três agentes penitenciários que eram mantidos reféns foram liberados. Um foi ferido a tiros, mas não corre risco de morte. Os presos mortos pelos rivais foram arremessados pelo telhado. Os rebelados chegaram a amarrar botijões de gás nos reféns.

A PM afirma que um dos mortos, identificado como Maurício Ramos da Silva, 40 anos, já estava morto ao ser jogado. O outro, que ainda não teve o nome confirmado, morreu no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia, em conseqüência dos ferimentos.

- Pegaram um agente como refém, depois mais dois. O (preso) estava armado - contou o diretor do presídio, Adail Firmino da Silva.

Segundo ele, a arma estava ''há bastante tempo'' no interior do presídio, sem ser encontrada nas revistas. A munição teria entrado durante o fim de semana. Segundo a PM, pelo menos outra arma estaria em poder dos detentos.

A revolta começou num dos quatro pavilhões de presos provisórios. Os rebelados puseram fogo em colchões e quebraram o telhado do presídio. De lá, espancaram presos e apontaram armas para a cabeça de reféns. A negociação foi feita com a presença de um juiz criminal, um promotor e representantes da da OAB e da imprensa local.