Título: Ações e outros investimentos, uma alternativa
Autor: Seabra, Marcos
Fonte: Jornal do Brasil, 08/06/2008, País, p. A4

São Paulo

Em seminário na Câmara, realizado no final de maio, o presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Ricardo Patah, quer que o trabalhador ganhe o direito de aplicar até 20% do FGTS em fundos de ações e investimentos.

¿ Isso ajudará a aumentar a rentabilidade dos recursos, o que é muito vantajoso para os trabalhadores ¿ assegura.

Se a sugestão for aprovada pela comissão, o texto será transformado em projeto de lei e terá tramitação também terminativa pelas comissões permanentes da Câmara.

O assessor de Relações Institucionais da Bovespa, José Mabarack, também durante o seminário garantiu que o mercado financeiro no Brasil está sólido e, dependendo da aplicação, seguro.

¿ O trabalhador não será prejudicado, pois os investimentos serão feitos em ações de empresas que não correm nenhum risco ¿ disse.

Atualmente, a legislação permite que o trabalhador aplique parte dos recursos do FGTS em ações, mas somente de empresas estatais ou de economia mista, como a Petrobras e o Banco do Brasil.

Entretanto, Ricardo Patah reclama que o sistema atual beneficia apenas uma pequena parcela dos trabalhadores.

¿ É necessário ampliar o sistema e divulgar essa opção ¿ reforçou.

Além disso, o sindicalista destacou que as empresas oferecem a possibilidade apenas eventualmente. A última vez foi há cinco anos. Com a nova sugestão, o trabalhador poderia fazer a opção a qualquer momento.

Correção automática

O presidente da ONG Instituto FGTS Fácil, Mário Avelino, defendeu a correção automática dos juros do FGTS, sem que o trabalhador precise entrar na Justiça para pedir a reparação por perdas causadas por planos econômicos.

Ele sugeriu que a legislação preveja a existência de um sistema para calcular automaticamente a reposição financeira de quem foi prejudicado por mudanças de moeda ocorridas entre 1972 e a implantação do Real, em 1994.

A partir do Plano Real, a correção passou a ser feita automaticamente. Conforme explicou Avelino, para os rendimentos do período anterior, o trabalhador precisa entrar na Justiça e as ações levam até três anos de análise.

¿ Sem contar os trabalhadores que não sabem que precisam procurar a Justiça ¿ acrescentou. Segundo ele, de 1972 até o Plano Real, em 1994, houve uma perda de 144% dos rendimentos do FGTS, por causa das falhas do sistema financeiro no cálculo da correção dos juros. (M.S)