Título: Denúncias enredam delegado
Autor: Sheila Machado
Fonte: Jornal do Brasil, 19/02/2005, Internacional, p. A9
A cúpula da polícia do Paraguai está prestes a sofrer um expurgo, pelas acusações de que algumas autoridades conheciam o paradeiro de Cecilia Cubas. A intenção do presidente, Nicanor Duarte, seria de cortar as cabeças ''intocáveis'' das instituições policiais, que teriam ocultado estas informações, e moralizar a corporação, que carece de credibilidade.
Ontem, o governo acusou Merardo Palacios, ex-delegado de Ñemby - em cuja jurisdição foi encontrado o corpo da refém - de ter pressionado seus superiores para ser nomeado chefe dos serviços de Inteligência, em troca de conduzir pessoalmente as operações de busca. Entretanto, o delegado sustenta ter sido transferido de Ñemby justamente por estar investigando movimentação suspeita no cativeiro.
Carmen Vargas, irmã de Gilda - seqüestrada há um ano - também denunciou que Palacios lhe extorquiu dinheiro para dar prosseguimento às investigações.
Fontes do governo revelaram ainda que ele esteve esta semana nos arredores de Ñemby, antes da operação de busca a Cecilia, apesar de não ter sido encarregado da investigação. Ele seria, provavelmente, a cabeça visível de uma organização policial paralela que vende dados de Inteligência e que manteria vínculos com o poder.