Título: Juiz rejeita a suspeição, mas teve advogado orientador
Autor: Magnavita, Cláudio
Fonte: Jornal do Brasil, 12/06/2008, País, p. A3

O juiz auxiliar da 17ª Vara Cível de São Paulo, José Paulo Camargo Magano, rejeitou ontem a acusação de suspeição protocolada pelos sócios brasileiros da VarigLog, Marco Antonio Audi, Marcos Hauftel e e Eduardo Gallo, que o acusavam de ter proferido em rede nacional de televisão a sua posição final sobre o caso que está sob a sua responsabilidade.

Em sua decisão, Magano afirmou: "A exceção de suspeição, além de despropositada, está sendo utilizada como sucedâneo de recurso. O excepto recusou-se a falar a respeito de provimentos jurisdicionais futuros, tendo basicamente apenas repetido as decisões já proferidas, inclusive aquela que falava na atribuição, frise-se, provisória (portanto, não definitiva), da administração e da gestão da Volo do Brasil S.A. e da Varig Logística S.A. à Volo Logistics LLC. Transcorreu, dessa forma, a impropriamente chamada entrevista coletiva, editada por cada veículo de comunicação presente à sua própria maneira, por assim dizer, pinçando trechos que entenderam por bem colocar em destaque, omitindo outras falas. E é assim que deve ser analisado o trecho da entrevista reproduzido pela TV Globo, citado na exceção, descabendo o apego a palavras pinçadas em detrimento do dito no contexto de toda a entrevista. Incabível cogitar parcialidade ou prejulgamento por parte do excepto".

Ontem foi revelado em São Paulo um estreito relacionamento do juiz auxiliar, José Paulo Camargo Magano, com o advogado principal do chinês Lap Wai Chan, Nelson Nery Junior, que foi, há menos de três anos, orientador de mestrado do próprio Magano na Pontifícia Universidade Católica (PUC). (C.M.)