Título: Yeda já enfrenta protestos
Autor:
Fonte: Jornal do Brasil, 12/06/2008, País, p. A7
Corrupção no governo gaúcho é motivo de passeata.
Porto Alegre
A Brigada Militar impediu que um protesto de sem-terra e sindicalistas contra o escândalo de corrupção no governo de Yeda Crusius (PSDB) chegasse ao Palácio do Piratini ¿ a sede do governo do Estado do Rio Grande do Sul.
Os manifestantes, que também protestaram contra a alta nos preços dos alimentos, entraram em confronto duas vezes com a polícia. Quinze manifestantes ficaram feridos ¿ nenhum em estado grave ¿ e outros 12 foram presos.
"Ordem pública"
No final da tarde, Yeda elogiou a ação "em nome da manutenção da ordem pública":
¿ A marcha com depredação não é aceita e, portanto, dentro dos limites da lei, e este é um governo que trabalha dentro da lei, a manifestação foi dissolvida ¿ disse.
Cerca de 400 manifestantes promoviam uma marcha pelas ruas do centro de Porto Alegre. Eles pretendiam chegar à sede do governo, mas foram impedidos por um aparato com 300 policiais, cães, bombas de efeito moral e até dois helicópteros.
O novo comandante-geral da Brigada, coronel Paulo Roberto Mendes, que assumiu o cargo na segunda, coordenou a operação. Um grupo de policiais da tropa de choque também ficou diante do Palácio do Piratini.
O primeiro enfrentamento aconteceu em frente ao supermercado Nacional, que pertence à rede norte-americana Wal-Mart, no bairro Menino Deus. De acordo com o coronel Mendes, houve uma tentativa de depredação do local -o que os movimentos sociais negam.
Os manifestantes derrubaram uma cerca e gritaram palavras de ordem no estacionamento contra a alta dos preços dos alimentos. Policiais reagiram com bombas de efeito moral e tiros com balas de borracha, que provocaram ferimentos em oito pessoas, que tiveram de ser levadas ao hospital.
Dispersado, o grupo voltou a se reunir na rua Otávio Francisco Caruso da Rocha, onde ficam os tribunais da Justiça Federal e o Parque da Harmonia. Houve novo confronto.