Título: BNDES desembolsa 69% a mais em janeiro
Autor: Sabrina Lorenzi
Fonte: Jornal do Brasil, 19/02/2005, Economia, p. A19

Total liberado no mês passado chegou a R$ 3,791 bilhões

Os desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) cresceram 69% em janeiro, em relação aos financiamentos concedidos em igual mês de 2004. Foram liberados R$ 3,791 bilhões para projetos industriais, de infra-estrutura, de serviços e da área social.

''Esse resultado sinaliza aceleração no ritmo de liberações do Banco, que busca neste ano realizar um orçamento de R$ 60 bilhões, com incremento de 50% em relação aos desembolsos do ano passado, que já haviam sido um recorde'', informou o BNDES em comunicado.

O maior salto nas liberações partiu de projetos de infra-estrutura, com aumento de 186% no crédito e financiamento total de R$ 1,01 bilhão. Já a indústria registrou liberações de R$ 2,111 bilhões, com crescimento de 89%. Os desembolsos para exportações totalizaram US$ 623 milhões em janeiro passado, valor 116% maior.

Os desembolsos para micro, pequenas e médias empresas em janeiro abocanharam um terço dos financiamentos do banco, com R$ 1,089 bilhão - crescimento de 11% em relação ao mesmo mês do ano anterior.

Já os pedidos de financiamento do BNDES, medidos pela entrega de cartas-consulta, encolheram 60%, na comparação com janeiro de 2004.

''Esse é um comportamento influenciado pela diminuição de atividade empresarial na passagem de ano'', diz a nota.

De fato, a interrupção nos pedidos por crédito foi súbita. Na segunda etapa do processo de financiamento houve aumento de 254%, indicando que há cerca de um e dois meses, as consultas dispararam. O volume de aprovações, terceira etapa, cresceu 32%.

As indústrias que estão no limite de capacidade instalada já procuram informalmente o BNDES para expansão. O superintendente de Planejamento do banco, Aloisio Austi, revela que as reuniões com empresários dos segmentos mais estrangulados têm sido freqüentes e que normalmente antecipam pedidos formalizados de empréstimos à instituição.

- Pode-se ter certeza de que a indústria está correndo atrás. São projetos de grande monta que dependem de muita discussão antes de serem apresentados - disse.

No caso da siderurgia, cinco projetos devem contemplar as consultas em 2005.