Título: Bush cobra abertura brasileira
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Fonte: Jornal do Brasil, 17/06/2008, Internacional, p. A23
Para líder, Brasil, China e Índia devem permitir maior entrada internacional em indústria e serviço.
O presidente dos Estados Unidos, George Bush, afirmou ontem que "países como Brasil, Índia e China" precisam se abrir mais nas áreas de indústria e serviços, para que as negociações pela liberalização do comércio global no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC) avancem.
Bush disse que sua preocupação é de que, enquanto estão sendo alcançados progressos nas negociações sobre subsídios e tarifas agrícolas, "países como o Brasil, a Índia e a China não estão fazendo aberturas correspondentes no campo da indústria e serviços".
Bush afirmou ser contra políticas protecionistas e disse estar preocupado em obter um acordo para a Rodada Doha. Segundo ele, qualquer sucesso nas negociações passam por avanços nas áreas de indústria e serviços. As negociações da Rodada Doha estão estagnadas há anos devido ao impasse em torno do nível de abertura em setores de interesse de desenvolvidos e países emergentes.
Enquanto os emergentes querem maior abertura no setor agrícola de países desenvolvidos, incluindo a redução ou o fim de subsídios para o setor, o bloco dos desenvolvidos tem pressionado para uma abertura na indústria e serviços.
A declaração foi feita depois do encontro de Bush com o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, no segundo dia de sua visita ao Reino Unido. Os dois líderes ainda discutiram a questão do Iraque e do Afeganistão, Mianmar, Zimbábue e a crise do preço do petróleo e dos alimentos.
A viagem faz parte da última viagem européia de Bush antes de deixar a Casa Branca, em janeiro do ano que vem. Bush foi buscar apoio europeu para novas sanções contra o Irã, para que o país abandone seu suposto programa nuclear.
Sanções no Irã
A União Européia informou ontem que não chegou a um acordo sobre a imposição de novas sanções ao Irã por causa do programa nuclear iraniano, aparentemente contradizendo declarações do premier britânico, que anunciou novas medidas contra os setores financeiro e energético do Irã.
Depois de conversar com o presidente Bush, em Londres, Brown anunciou que a União Européia tomaria medidas para congelar os ativos do maior banco iraniano no exterior e também tomaria providências contra os setores de gás e petróleo do país.