Título: Estímulo torna Centro uma exceção
Autor: Melissa Medeiros
Fonte: Jornal do Brasil, 23/02/2005, Brasília, p. D5

Na contramão da maioria das escolas do DF, está o Centro de Ensino Fundamental 15 de Taguatinga que, no último ano, não teve sequer uma carteira destruída e nenhum móvel da escola foi levado para conserto na marcenaria da Secretaria de Educação. Por lá, os alunos não têm o hábito de danificar o patrimônio da escola. Quando algum móvel apresenta dano, o vigia noturno da escola transforma-se em voluntário e - fora de seu horário de trabalho - solda, conserta e pinta os bens com pequenos defeitos causados pelo uso contínuo.

Há três anos estudando no local, a aluna da 7ª série, Polyana Francys, conta que nunca viu seus colegas destruírem os móveis na escola e acredita que a razão disso é o estímulo por parte da diretoria e dos professores.

- Acho que não teve caso de alunos quebrarem carteiras aqui na nossa escola. Desde que entrei aqui em 2003, sempre vejo o diretor e os professores incentivarem a gente a manter tudo limpinho e a não destruir o ambiente da escola, que é nossa segunda casa - diz.

Na visão do diretor da escola, Vanderval de Oliveira, a conservação do local deve-se à manutenção rotineira feita pela equipe da escola.

- Se o estudante chega à escola e a encontra em ótimo estado, não vai querer destruir aquele ambiente. Então, aqui toda vez que temos um móvel com qualquer pequeno defeito, nós o consertamos o mais rápido possível. Trabalhamos com a filosofia de que, se a escola é feia e depredada, o aluno destrói ainda mais. Mas, se é conservada, ele também ajudará a preservá-la - explica o diretor.

O trabalho rendeu ao Centro estatística muito diferente das demais escolas. Por exemplo, só 60 carteiras foram reformadas no último ano e gestando apenas madeira e parafusos.