Título: Mutirão tenta reparar móveis da rede escolar
Autor: Melissa Medeiros
Fonte: Jornal do Brasil, 23/02/2005, Brasília, p. D5

Em média, 30 mil carteiras, mesas, vasos sanitários e lixeiras costumam ser depredados a cada ano pelos alunos

Milhares de carteiras escolares praticamente destruídas pelos próprios estudantes estão empilhadas na marcenaria da Secretaria de Educação. Todos esses móveis passarão por nova reforma para voltarem às escolas a partir de segunda-feira e, provavelmente, serem destroçados novamente. Anualmente, a destruição do patrimônio das escolas públicas do Distrito Federal resulta em prejuízo de R$ 1,5 milhão. São em média 30 mil carteiras e mesas, além de quadros-negros, vasos sanitários e lixeiras. Para repor essas carteiras e também para mobiliar escolas novas, a secretaria licitou móveis que ainda não foram entregues pela empresa contratada para prestar o serviço.

Com essa demora na chegada das carteiras às escolas, pais e estudantes estão reclamando da falta de móveis e de condições para assistir às aulas. Por isso, a secretaria resolveu fazer um mutirão para reformar móveis estragados e, assim, suprir a carência de carteiras nas escolas.

Esse trabalho conjunto está sendo feito por cerca de duzentos profissionais - funcionários da Educação, presidiários que prestam para a Fundação de Amparo ao Trabalhador Preso (Funap) e empregados da empresa que deveria ter entregue as carteiras novas. Até a próxima segunda-feira, serão consertadas 30 mil carteiras e, posteriormente, enviadas à escolas das 14 regionais de ensino do DF, sendo a maioria para alunos do ensino infantil.

- Estamos apenas aproveitando a estrutura dos móveis, colocando assentos e encontos novos e pintando. Estamos colocando assento e encostos novos, pintando. Portanto, é um multirão de providências para deixar o mobiliário perfeito para o aluno - explica a diretora de Apoio Logístico da Secretaria, Elizabeth Maranini.

Pelo menos 60 funcionários deixaram seus trabalhos em escolas e estão, embaixo de um sol escaldante, consertando carteiras para que, a partir da semana que vem, não faltem móveis nas salas de aula.

- O trabalho é muito puxado e corrido. Dá até pra afirmar que está sendo um sacrifício. Mas o objetivo é tão maior que unimos nossos esforços e nem sentimos o sol nos queimando - conta Genésio de Araújo, que trabalha no mutirão.

Após a entrega dessas carteiras reformadas, a Secretaria de Educação fará um levantamento para verificar se ainda há carência de móveis nas escolas e, a partir dos dados, fará distribuição das 16 mil carteiras que foram compradas e estão com promessa de entrega no próximo mês.