Título: Nova legislação trouxe mais transparência ao processo
Autor: Dantas, Cláudia
Fonte: Jornal do Brasil, 03/08/2008, Tema do Dia, p. A2

Com investimentos reduzidos, publicitários e marqueteiros políticos precisam planejar estratégias mirabolantes para divulgar os candidatos e persuadir eleitores. Contudo, estes especialistas acreditam que a nova legislação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) trouxe mais transparência às disputas. Para a corrida eleitoral, os marqueteiros sugerem muito corpo-a-corpo, uma boa foto e uma boa logomarca, mas é a televisão que vai decidir os resultados das urnas. O horário eleitoral gratuito, que começa dia 19 de agosto, com audiência de quase 50%, terá tempo diferenciado para os 12 candidatos. Dependendo das coligações, os programas de alguns partidos superam a casa dos seis minutos. ­ Nas pequenas cidades, por exemplo, os candidatos vão de casa em casa cumprimentar os eleitores ­ explica Hayle Gadelha, consultor de marketing político, que já atuou nas campanhas de Anthony Garotinho ­ para governador, em 1998 ­ e de Luiz Fernando Pezão ­ eleito prefeito de Piraí por duas vezes. Segundo Gadelha, as campanhas eleitorais são bem diferentes umas das outras, e não se pode comparar o Rio com pequenas cidades. O consultor exemplifica o caso de Rio das Flores, com apenas 8 mil eleitores. Os investimentos com o horário eleitoral gratuito também são diferenciados, e tudo depende do caixa de cada candidato. O orçamento pode variar entre R$ 1 mil até R$ 5 milhões ­ Serão 45 dias no ar, e quem disputa mesmo vai desembolsar mais grana. A alternativa pode ser dividir a verba com os partidos coligados ­ ensina Gadelha. Já as ações de telemarketing, dentro das novas regras do TSE, precisaram ser ajustadas. As ligações automáticas foram proibidas. Marqueteiro aposta na TV Para o também marqueteiro político, Carlos Rayel, é a TV que decide a campanha. Segundo Rayel, em Guarulhos (SP) não houve acordo entre os partidos e a Justiça Eleitoral, e a televisão ficou de fora da disputa. ­ A divulgação dos candidatos na cidade paulista será através do rádio. O Rio é mais democrático, porque houve acordo entre os partidos e o TRE ­ conta Rayel. O consultor, que já trabalhou nas candidaturas de Orestes Quércia e Anthony Garotinho (campanha presidenciável), destaca a internet como uma importante ferramenta de divulgação nos dias de hoje.