Título: Economista vê relação entre campanha e impunidade
Autor: Raposo, Fred
Fonte: Jornal do Brasil, 11/08/2008, Tema do dia, p. A2

O coordenador de Articulação Político-Institucional do Instituto Brasileiro de Administração Municipal (Ibam), François Bremaeker, compara os altos índices de apreensão de propaganda irregular nas zonas Oeste e Norte ao desrespeito à sinalização de trânsito nestas mesma áreas, consideradas abandonadas pelo poder público estadual, federal e também municipal.

¿ Na Zona Norte, por exemplo, os carros respeitam menos os sinais do que no Centro ou na Zona Sul, há um sentimento maior de impunidade. O mesmo ocorre com a exposição indevida de material de campanha nesses lugares, pois as pessoas acham que nada vai acontecer ¿ analisa o também economista e geógrafo. ¿ Não se importam de correr o risco de realizar o ato irregular. Um dia você tira a propaganda, e no outro eles vão e colocam novamente.

O especialista do Ibam ressalta que o espaço que a milícia ganhou recentemente, nos noticiários, traz junto a sensação de que as áreas ocupadas pelos criminosos são também os principais focos da propaganda irregular.

¿ O fenômeno da milícia entrou mais em evidência porque as notícias sobre violência, no Rio, ganham mais destaque. Mas irregularidades estão presentes em toda a cidade, não somente nessas áreas ¿ observa Bremaeker. - O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) cumpre regras estabelecidas. Se em determinado lugar elas são cumpridas ou não, é porque qualquer um dos candidatos não as respeitam mesmo.

Números em queda

O geógrafo, no entanto, diz acreditar que o volume de propaganda irregular nas ruas vem caindo nos últimos anos, e revela-se otimista em relação às apreensões.

¿ A atuação do TRE tem sido, aparentemente, efetiva. Antigamente tinha mais material pregado em postes, colado nos muros. Mas as regras estão mudando. A tendência é que as multas sejam aplicadas com maior rigor, fazendo com que os candidatos sintam a diferença no bolso ¿ conclui Bremaeker.