Título: Problemas de manutenção e estrutura saltam aos olhos
Autor: Leandro, Eloisa
Fonte: Jornal do Brasil, 10/08/2008, Economia, p. E4

Os problemas do Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim começam à primeira vista. Do estacionamento aos pontos de entrada e saída do local, o passageiro se depara com pisos desnivelados e esburacados, infiltrações, mau cheiro e áreas interditadas devido a risco de acidentes.

A comerciante Lúcia Mattoso, 29 anos, levou um susto ao pisar pela primeira vez no Tom Jobim, uma realidade muito diferente da que tinha via pela televisão e nas revistas.

¿ Não imaginava que teria uma decepção logo no estacionamento. Achei o preço muito alto para o local que é, cheio de buracos, goteiras e cheiro de esgoto ¿ reclama Lúcia, que levou outro susto ao saber o valor da diária para deixar o carro: R$ 29.

As deficiências são confirmadas por funcionários do aeroporto, que apontam outras mais graves, embora não visíveis a olho nu.

¿ A rede de esgoto é precária, os ralos e bueiros estão sempre entupidos, por isso o mau cheiro. quando chove é ainda pior, o estacionamento alaga com a água da chuva e com o esgoto ¿ revela um funcionário, sem se identificar. ¿ O problema não é só aqui fora, dentro do aeroporto há goteiras em várias partes quando chove.

Nas salas de embarque e desembarque, o cartão de visita para quem chega não é dos melhores: filas extensas no check-in, rachaduras nas paredes e má iluminação, com lâmpadas queimadas, com fiação exposta no Terminal 1.

¿ Aqui deveria haver uma manutenção permanente. Será que a iluminação deficiente é para economizar energia elétrica? ¿ brinca o advogado Fernando Cardoso, 59 anos, após esperar 20 minutos para fazer o check-in.

A pergunta do advogado contrasta com os gastos do aeroporto com energia elétrica. No mês passado, o aeroporto desembolsou R$ 2,9 milhões com conta de luz.

¿ O Galeão é contrário à proposta de redução do consumo de energia ¿ indigna-se o secretário estadual de Transportes, Julio Lopes.

O deslocamento no interior do aeroporto é um martírio para os usuários, que sofrem com a falta de informação. Escadas rolantes, esteiras e elevadores nem sempre funcionam de forma adequada.

¿ O trajeto entre um terminal e outro é desconfortável, inclusive para quem faz conexão ¿ conta o administrador de empresas Max Carvalho, 39 anos, morador do Recife, que passa pelo Tom Jobim com frequência.

Embora arrendatários de lojas no local não identifiquem baixa na movimentação de passageiros, aguardam novas linhas áreas para alavancar as vendas.

¿ O movimento pode melhar ¿ frisa a supervisora do restaurante Demoiselle, Carla Lopes.

A Agência Nacional de Aviação Civil não respondeu se há projeto para ampliar a malha área.