Título: Israel pede ajuda à UE por palestinos
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Fonte: Jornal do Brasil, 12/02/2005, Internacional, p. A7

O governo israelense pediu ontem à União Européia (UE) que atue imediatamente para melhorar a qualidade de vida da população da Faixa de Gaza, a fim de ajudar a Autoridade Nacional Palestina (ANP) a retomar o controle político da região e assim garantir o êxito do processo de pacificação iniciado na cúpula de Sharm el-Sheikh.

- Os problemas são iminentes, mas as soluções são de longo prazo - explicou o vice-primeiro-ministro de Israel, Shimon Peres, sobre a urgência do caso, em um encontro com embaixadores dos países da UE.

Peres encabeça um comitê misto de Israel e da Autoridade Nacional Palestina (ANP) para coordenar os aspectos econômicos da evacuação israelense da Faixa de Gaza.

- Não podemos esperar a segunda metade do ano, depois da retirada - manifestou. - Se Israel sair de Gaza e o número de desempregados crescer no território, será um grave problema para todo o processo. A paz política se faz entre líderes, mas a econômica é tão importante quanto, porque se sente no estômago.

Peres ainda citou o exemplo do Hamas:

- Eles não ganharam as últimas eleições municipais em Gaza com bombas, mas com a ajuda econômica que presta à população.

Israel e a ANP alcançaram na terça-feira um acordo de cessar-fogo na cúpula de Sharm el-Sheikh, com vistas ao reatamento do estagnado processo de paz e coordenar a evacuação de Gaza na segunda metade de 2005.

Como proposta aos países europeus, o vice-primeiro-ministro os instou a encontrar uma solução para repassar à população palestina as estufas e os campos de cultivo que agora são de propriedade dos colonos judeus.

Israel busca há meses a cooperação da comunidade internacional para a compra das estufas e casas que os colonos deixarão em Gaza, e sua posterior transferência aos palestinos.

O Banco Mundial era um dos candidatos para atuar como intermediário, mas seus regulamentos o impedem de ajudar um país com o nível de desenvolvimento de Israel.

-Não é meu desejo ver nas TVs de todo o mundo a destruição de casas e estufas.