Título: Gabrielli: nova empresa não afeta a Petrobras
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Fonte: Jornal do Brasil, 16/08/2008, Economia, p. A18

O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, atribuiu a queda de valor de mercado da empresa à redução do preço do petróleo no mercado internacional nas últimas semanas. O executivo considerou que a desvalorização das ações da estatal é um movimento normal do ponto de vista do mercado de petróleo, lembrando que outras empresas do setor, como Esso e Shell, também se desvalorizaram nos últimos dias. Gabrielli descartou a hipótese de que as discussões sobre um novo marco regulatório para o setor de petróleo no Brasil estejam influindo o movimento de valor das ações da companhia. Para ele, esse debate olha para um futuro mais distante, e as variações de mercado levam mais em consideração o cenário de curto prazo. ­ Até agora não houve definição nenhuma sobre o futuro. E o futuro é que define o comportamento de muitos investidores. E eles estão olhando muito o curto prazo. Também tem muita especulação no curto prazo ­ afirma Gabrielli, que não fez comentários sobre as possíveis mudanças na lei e sobre a criação de uma nova estatal para gerenciar os blocos pré-sal, no modelo de partilha de produção. Gabrielli disse ainda que é provável que haja uma tendência de queda do preço do petróleo, mas ressaltou que esse movimento não é definitivo. Na visão do executivo, essa queda é um "movimento de curto prazo". ­ Vai chegar a um patamar e vai voltar a crescer ­ observa, sobre a cotação do barril. O presidente da Petrobras participou do lançamento do programa Petrobras Ambiental para o período 2008-2012. Serão selecionados projetos ligados à preservação ambiental, que receberão incentivos totais de até R$ 500 milhões para estratégia do setor.

Novas regras

A Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo, na sigla em inglês) reduziu sua previsão de demanda de petróleo para este ano pela quinta vez. Segundo o relatório mensal do cartel divulgado ontem, a demanda mundial da commodity deve registrar um crescimento de 1 milhão de barris diários em 2008, para uma média 86,9 milhões de barris por dia ­ uma ligeira correção de 30 mil barris em relação ao relatório de julho. O preço do petróleo encerrou os negócios em baixa. O barril do petróleo cru para entrega em setembro fechou o dia cotado a US$ 113,77, em baixa de 1,08%.