Título: Pouca força no Congresso debilita posição paraguaia
Autor: Arêas, Camila
Fonte: Jornal do Brasil, 15/08/2008, Internacional, p. A21

A esperança popular diante do fim do coloradismo se mistura à incerteza sobre um presidente sem identidade partidária e com pouca força no Congresso. Debilidades que se impõem como as principais travas na negociação com o Brasil. A revisão do Tratado de Itaipu passa necessariamente pelo Congresso, onde importantes dirigentes colorados, maioria na Casa, são aliados históricos do Brasil. ­ Neste caso, a segunda maioria no Congresso, o Partido Liberal, que integra a coalizão de Lugo, não pode correr o risco de chocar-se com a cúpula ministerial onde não conta com a mesma representatividade. A aposta de Lugo em dividir os cargos de sua equipe entre movimento sociais pode ser perigosa ­ avalia Luis Fretes Carreras, politólogo da Universidade Católica de Assunção. Amigo pessoal de Lugo, Fei Betto diz esperar "que o presidente fomente o apoio dos movimentos sociais a seu governo, não cometendo o erro do governo Lula que decidiu se apoiar no Congresso". O pesquisador Nelson Franco Jobim desconstrói a necessidade paraguaia de arrecadar fundos de Itaipu para investimento no social: ­ A contraproposta brasileira que prevê congelar o preço da energia em troca de investimento em infra-estrutura alcança o objetivo de Lugo, que terá de cumprir a promessa.