Título: Para Sindicato dos Médicos, importante é a inclusão social
Autor:
Fonte: Jornal do Brasil, 09/08/2008, Tema do dia, p. A2

Enquanto os candidatos discutem o polêmico projeto de governo do Senador e candidato à prefeitura Marcelo Crivella (PRB), o presidente do Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro (SinMed-RJ), Jorge Darze prefere falar da inclusão social, quando o assunto é planejamento familiar.

¿ O planejamento familiar é um direito da população. Todos devem ter acesso aos métodos contraceptivos ¿ afirmou Darzer, que apontou a desigualdade social na inclusão do planejamento familiar. ¿ No Brasil, infelizmente, a população de baixa renda não tem acesso aos métodos contraceptivos e não dá para restringir só para a população de classe alta.

O presidente do SinMed fez questão de mostrar que a esterilização não pode ser banalizada e deve ser tratada com autorização legal e com recomendação de um especialista.

¿ Sou a favor da laqueadura e da vasectomia se a lei autorizar e se tiver indicação médica para tal. Para isso os demais métodos contraceptivos já devem ter sido oferecidos ¿ defendeu o médico, que fez questão de dizer que planejamento familiar não é só esterilização. ¿ Planejamento familiar não inclui só a vasectomia e a laqueadura, envolve os demais métodos contraceptivos.

Rede de saúde precária

Para Darze, há que se tomar cuidado para que o projeto de Crivella "não fique só no papel". O médico alerta que mesmo a boa vontade do político em inserir um planejamento familiar universal pode esbarrar em um problema conhecido pelo carioca: a falta de estrutura no sistema de saúde pública do município.

¿ Para pensarmos nesse projeto, precisamos restaurar a rede de saúde. Os hospitais municipais precisam de mais recurso, pois não estão preparados. ¿ ponderou Darze, que apontou alguns problemas presentes no cotidiano de quem necessita do sistema de saúde público. ¿ Não se consegue fazer nem um pré-natal decente.

Por fim, o médico comentou sobre a redução da idade para fazer a esterilização de 25 anos para 18 anos, e disse que cabia aos parlamentares debater e ouvir a população em consultas populares.