Título: Denúncia do JB serve de subsídio para as investigações
Autor: Raposo, Fred
Fonte: Jornal do Brasil, 25/08/2008, Tema do Dia, p. A2

Pelo menos 10 vereadores, citados em reportagem semana do Jornal do Brasil , que mostrou que valor dos bens somados dos parlamentares dobrou na última legislatura, já estão sendo investigados pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ) devido à variação de seu crescimento patrimonial. A denúncia se somou aos inquéritos já em andamento. Já descontada a inflação entre 2004 e 2008, três dos parlamentares sob investigação declararam à Justiça Eleitoral ter reduzido patrimônio e sete alegaram acréscimo no valor dos bens registrados em seus nomes. Ao menos oito dos parlamentares investigados apresentam variações e distorções abismais.

Sami: quase R$ 6 mi a mais

É o caso o ex-presidente da Câmara Municipal Sami Jorge (PDT), que teve crescimento de 517% nos últimos quatro anos, passando de R$ 887.344,84 para R$ 6.712.348,38. Em seu quinto mandato, o vereador justificou a variação patrimonial de R$ 5.825.003,54 pela venda de um imóvel por R$ 8 milhões, avaliado por ele, na sua declaração, em R$ 132 mil. Uma empresa espanhola, no fim de 2007, fez a compra. Argemiro Pimentel (PMDB) também apresentou crescimento patrimonial gritante: 459%, saltando, no período, de R$ 45 mil para R$ 308.400. Sua assessoria afirmou não ver "evolução astronômica", alegando que a declaração de 2006 do vereador - a qual o JB não teve acesso - teria sido de R$ 206 mil em bens e direitos, o que representaria valorização patrimonial de R$ 161 mil em apenas 2 anos. Embora tenha apresentado pequena variação percentual (11,75%) do patrimônio, outro investigado, Jorge Pereira (PTdoB), declarou a terceira maior evolução de volume financeiro. Pereira passou de R$ 2.514.058,23, em 2004, para R$ 3.441.697,40, este ano: uma diferença de R$ 927.639,17. Também na mira do MP-RJ, os vereadores do DEM Jorge Mauro e Leila do Flamengo, que declararam aumento de 354% e 610%, respectivamente. Leila explica o crescimento patrimonial com a quitação das prestações um apartamento no Flamengo, avaliado em R$ 272.982, e declarado apenas em 2008. A vereadora afirma, no entanto, não saber ao certo a data da quitação do imóvel.