Título: Migração já começa a ser discutida no parlamento
Autor: Bruno, Raphael
Fonte: Jornal do Brasil, 25/08/2008, País, p. A11

Uma das idéias do governo para amenizar o impacto da cláusula é a criação de uma janela temporal para permitir que deputados eleitos por legendas que não a ultrapassaram migrem para maiores sem sofrer sanções de fidelidade partidária. Juvenil Alves (PRTB-MG) admite que o mecanismo tende a diminuir as resistências à barreira. ­ Se for aprovada, é lógico que partidos menores terão que aceitar. E os deputados que tiverem condições de migrar para outros partidos vão migrar, ­ aposta. ­ Não me preocupa essa discussão da cláusula. Não sou contra ­ diz Miguel Martin (PHS-MG). ­ Tem como se juntar com outros partidos que têm coisas em comum, que se afinem ideologicamente.

Tendência

A fusão e incorporação de le- gendas para escapar da cláusula de barreira já foi uma tendência do curto período em que a lei anterior esteve em vigor. Algumas vingaram mesmo com o fim da cláusula. O PL, por exemplo, se juntou com o Prona para formar o atual PR. O Pan foi incorporado pelo PTB. Outros processos de fusões acabaram se desfazendo com a queda da barreira, como a união entre PPS, PHS e PMN, que por breves dias formaram o MD (Mobilização Democrática). Ao todo, hoje, 18 deputados, 3,5% do total, estão em partidos com menos de uma dezena de parlamentares eleitos. ­ O centro da minha preocupação, agora, é criar ambiente para votar a reforma ­ contemporiza o líder do governo na Câmara, Henrique Fontana (PT-RS). ­ Não quero começar a discussão assumindo posição em alguma questão específica. Defendo uma longa negociação com todos os partidos. É evidente que algum tipo de barreira temos que ter, porque não me parece razoável um sistema político com 30 partidos.