Título: Reservas de Jubarte seriam menos atrativas que as de Tupi
Autor: Lorenzi, Sabrina
Fonte: Jornal do Brasil, 03/09/2008, Economia, p. A18

As reservas abaixo da camada de sal no campo de Jubarte, apesar da pompa do evento que marcou o começo da produção, com a presença do presidente Lula, não são alvo de discussões dentro e fora do governo como as áreas da Bacia de Santos. Alguns especialistas, como o executivo da petroleira BP Ivan Simões, afirmam que nem toda área do pré-sal é atraente como a Bacia de Santos, mais especificamente Tupi e campos como Carioca e Bem-te-vi.

A diferença entre o petróleo do pré-sal de Santos e o capixaba começa na complexidade, no tamanho da camada de sal. Enquanto a de Jubarte tem cerca de 200 metros de espessura, em Santos, na área de Tupi, chega a dois mil. Significa, entre outras coisas, que o sal em Santos contribuiu para "prender" o óleo e não o deixou subir para o pós-sal. Nos lugares onde a camada é menos espessa, a possibilidade de rachar e vazar óleo para outras áreas, constituindo novas reservas é maior. Foi o que aconteceu com a bacia de Campos.

Sem alarde, pelo menos quatro campos de petróleo já produzem petróleo que fica da camada pré-sal, segundo Simões. Seriam os campos de Badejo e vizinhos, na bacia de Campos.

O grupo de ministros designado para analisar as opções de exploração do petróleo do pré-sal tem recebido apoio técnico de especialistas de várias vertentes. Começando pelo presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli e pelo diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), que já demonstraram opiniões distintas sobre o assunto. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) também está dando suporte, assim como a Empresa de Planejamento Enérgico (EPE) e escritórios de advocacia. Tudo isso para discutir o cobiçado petróleo do pré-sal de Santos.

A produção em Jubarte começa com o chamado Teste de Longa Duração (TLD), em que se observa o comportamento do óleo do pré-sal, tanto no reservatório como na planta de processo da plataforma. O procedimento dura até um ano.