Título: Plataformas da Petrobras, uma preocupação
Autor: Quadros, Vasconcelo
Fonte: Jornal do Brasil, 31/08/2008, País, p. A17

Um dos pontos principais na preocupação com a parte operacional, segundo o ministro de Assuntos Estratégicos, Mangabeira Unger, é a negação do mar ao inimigo, cuja finalidade seria garantir o comércio e proteção das plataformas da Petrobras na fronteira marítima distante. Pelo plano, o país teria de investir em submarinos de propulsão nuclear e, entre 2015 e 2020, trocar toda a atual frota de aviões-caça. Unger diz que não se trata simplesmente de compra de equipamentos, mas de garantir a reestruturação de uma indústria nacional "sem corporativismo mercantil ou contingenciamento orçamentário" que permitam ao Estado ¿ através de um novo marco regulatório legal ¿ o controle sobre as empresas privadas e suprimentos de acordo com as necessidades do país.

¿ Manteríamos uma capacidade focada para defender as nossas linhas de comércio e para resguardar a fronteira marítima distante aonde estão as nossas plataformas de petróleo. Ao lado da força de superfície devemos ter uma força submarina nuclear. São fundamentais para negar o mar ao inimigo ¿ diz.

Na concepção do plano, o Exército seria transformado numa força de ação estratégica rápida, como é atualmente um de seus principais núcleos. A Aeronáutica seria preparada para a guerra aérea do futuro, com enfoque na aquisição de aviões não tripulados, monitoramento e construção de camadas de escudos aéreos.

Mangabeira Unger diz que na parte operacional, a estratégia é o monitoramento territorial, a mobilidade e o posicionamento das três forças.

¿ Temos de poder visualizar as águas, as fronteiras e o espaço. A prioridade é poder contar com um canal que seja 100% nacional, sob nosso inteiro controle. É intolerável depender de tecnologia estrangeira ou ter de comprar imagens comerciais do nosso próprio território ¿ diz o ministro.

Ele afirma que é necessário construir uma cultura militar e um repertório operacional pautado pela flexibilidade, audácia, imaginação e capacidade de surpreender que integre as três forças.

¿ Uma unidade de fronteira será eficaz na medida estiver integrado ao monitoramento através da terra, mar e espaço sideral ¿ afirma.

Mangabeira Unger diz que a tradição pacífica do Brasil é de boa vizinhança com os países vizinhos e de evitar ameaças externas, mas que o plano é uma aposta futuro.

¿ O pacifismo não nos exime da responsabilidade de nos defendermos ¿ diz.

O ministro acredita que para a região amazônica é necessário conciliar a defesa com desenvolvimento econômico e preservação.