Título: Perspectiva de se tornar a maior parceira comercial
Autor: Rosa, Leda
Fonte: Jornal do Brasil, 31/08/2008, Economia, p. E3

Pelas previsões do Conselho Brasil-China, entre 2011 e 2013, a China deve se tornar a maior parceira do Brasil no comércio exterior. As previsões são impulsionadas pelos ventos favoráveis apontados pelos atuais negócios bilaterais: a corrente de comércio (soma de exportações e importações entre as nações) que acumulou em 12 meses US$ 31,9 bilhões e desbancou o segundo lugar da Argentina, país vizinho que o Brasil mantém zona aduaneira no Mercosul.

Outra mudança no perfil das exportações brasileiras foi a diminuição da dependência em relação aos Estados Unidos. Em 1999, os americanos lideravam o ranking das compras, com 22,6%. A participação americana nas nossas vendas de janeiro a junho de 2007 foi de 16,37% e no mesmo período deste ano, 14,19%. Em relação à Argentina, foi de 8,62% para 9,48%. Com a China, os negócios cresceram de 6,71% para 8,17%. Em exportações, a Argentina ainda permanece à frente da China.

¿ O que importamos da China? Máquinas e matérias primas intermediárias para a indústria, partes de peças e insumos. Os bens de consumo não duráveis foram 8,7% da cesta de importações em 2007, contra 75,8% de máquinas e insumos ¿ destaca Rodrigo Maciel, do Conselho bilateral.

O mau desempenho de produtos como máquinas e equipamentos mecânicos e elétricos na balança comercial dos bens da indústria de transformação é analisado, em artigo exclusivo para o JB, pelo economista Júlio Gomes de Almeida do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IEDI).

¿ O Brasil está fazendo isso ao não considerar o mercado chinês como estratégico. Pequim e Xangai estão lotadas de marcas do mundo inteiro. A gente entra como garoto-propaganda, com o Kaká, o Ronaldinho e a Gisele Bündchen, em comerciais de empresas estrangeiras. O mundo todo está na China. Menos nós ¿ pontua.