Título: Principais bancos americanos amargam graves prejuízos
Autor: Freitas Jr., Osmar ; Rosa, Leda
Fonte: Jornal do Brasil, 07/09/2008, Economia, p. E4

Nem toda a visão dos eco- nomistas impediu que a crise do subprime fizesse os principais bancos da economia mais forte do mundo somarem mais e mais prejuízos. Mesmo com os números gigantescos, especialistas apostam que ainda haverá desdobramentos e mais notícias ruins no horizonte dos próximos meses. Segundo o banco de investimento norte-americano Goldman Sachs, o Citigroup reportou baixas contábeis na casa de US$ 2,5 bilhões no segundo trimestre, fruto da forte depreciação dos ativos atrelados ao setor subprime. O rombo foi muito menor do que o esperado pelo mercado, que apostava em algo em torno de US$ 9 bilhões. O banco americano JPMorgan/Chase anunciou prejuízo de US$ 1,5 bilhão de julho até agosto por causa da redução do valor de sua carteira de ações vinculadas a créditos hipotecários. Ao todo, os bancos dos Estados Unidos demitirão 200 mil funcionários até o final de 2009, segundo anunciou em abril a empresa de consultoria bancária Celent. O Goldman Sachs anunciou em meados de agosto que injetou US$ 3 bilhões no seu fundo de investimento de risco Global Equity Opportunities (GOE), que está fragilizado devido à queda dos mercados face aos temores perante a crise no mercado de crédito e os seus efeitos sobre as entidades financeiras. O mercado também prevê que o banco de investimentos Lehman Brothers tenha em seu terceiro trimestre fiscal (julho-agosto) um prejuízo de US$ 1,8 bilhão, contra uma expectativa anterior de lucro pequeno.

Outro lado do Atlântico

Na Europa, a situação não é diferente. O subprime já deu prejuízos avaliados em 15 bilhões de euros em quatro gigantes da zona do euro. O mais afectado foi o Credit Agricole, com US$ 7,8 bilhões. Os prejuízos trimestrais do Natixis alcançaram 1,51 bilhão de euros. O Credit Agricole já havia anunciado uma quebra de 94% em seus lucros trimestrais. Este é um dos bancos franceses mais atingidos pela crise americana do subprime, com prejuízos que rondam os 5,3 bilhões de euros.