Título: Polícia prende suspeito no Tinguá Policiais prenderam, na noite de quarta-feira, um suspeito de ter assassinado o ambientalista Dionísio Júlio
Autor: Mariana Filgueiras
Fonte: Jornal do Brasil, 25/02/2005, Rio, p. A14

Policiais prenderam, na noite de quarta-feira, um suspeito de ter assassinado o ambientalista Dionísio Júlio Ribeiro, morto na terça, em Nova Iguaçu. José Reis Medeiros Alves, 40 anos, que estava foragido da Justiça, foi apontado como o autor do crime numa ligação feita para o Disque-Denúncia. Ele foi preso em casa, na Rua da Administração, onde também morava Dionísio. Em depoimento na Delegacia de Homicídios, José negou envolvimento com o crime. Ele contou ''conhecer de vista'' Seu Júlio, como era chamado o ambientalista, há cerca de 15 anos, mas disse nunca ter tido qualquer problema com ele. José, entretanto, admitiu que catava frutas na Reserva do Tinguá e que, às vezes, ''amarrava uns laços para pegar gambá''.

- Nunca peguei nada lá. Para mim, alguém que está querendo se limpar jogou a culpa em cima de mim. Ele (Seu Júlio) se envolvia com política, com brigas em escola. Não sei quem matou, mas não acho que foi um caçador. Se fosse por isso, ele já tinha sido morto há tempos - disse José, natural de Minas Gerais, no Rio desde os três anos.

Ele responde a dois processos por homicídio, em Miguel Pereira e Mendes, além de ter sido condenado a 13 anos por um assassinato. José alega que cometeu dois crimes, um contra o ex-marido de sua irmã, que a ameaçava, e outro contra José Carlos Baltar, que matou seu irmão e ameaçava sua família. Ele contou que estava em Nova Iguaçu há cerca de seis meses, apesar de ter dito em depoimento que veio para o Rio há oito meses.

O delegado Rômulo Vieira afirmou que investiga o envolvimento de José com o ambientalista. Segundo ele, o biscateiro ficará preso porque era foragido. José cumpriu pena por mais de sete anos em Bangu 2 e estava em regime aberto. Morava com um amigo, identificado apenas como Paulinho, e tem uma filha de 10 anos, que mora com os avós maternos.

- Seu passado conspira contra ele, mas não podemos afirmar que ele matou Seu Júlio - disse Rômulo.