Título: Distância entre ricos e pobres cai
Autor: Samantha Lima
Fonte: Jornal do Brasil, 25/02/2005, Economia, p. A17

A passagem de uma década reduziu a distância salarial entre as classes sociais, na média brasileira, demonstra a Síntese dos Indicadores Sociais do IBGE. Em 1993, a renda média dos 10% mais ricos do país, equivalente a 13,7 salários mínimos, era 23 vezes superior à dos 40% mais pobres, 0,57 salário mínimo da época. Dez anos depois, os mais abonados permaneceram no mesmo nível, 13,04 salários, e a dos mais pobres elevou-se para 0,77 salário mínimo, tornando um superior ao outro em 16,9 vezes.

Na análise dos dados regionais, a síntese revela que se manteve o fosso entre o Nordeste e os demais estados do país. O rendimento dos trabalhadores da região representa 50% do que ganha os moradores do Sudeste e 59% da média nacional, proporções que se mantiveram entre 1993 e 2003.

A precariedade do mercado nordestino se revela em outros indicadores. No país, 10% dos trabalhadores recebem até meio salário mínimo. O Nordeste é a única região com taxa superior, chegando a dobrá-la. Em 2003, a média nacional de salário era de R$ 726,60, enquanto na região os rendimentos mensais dos trabalhadores chegava a R$ 430.

O nível de informalidade no mercado de trabalho - mensurado pelas contribuições à Previdência Social - também é mais elevado no Nordeste frente à média nacional, sobretudo ao Sudeste. No país, em média, 46,2% dos trabalhadores estão inseridos. No Nordeste, são apenas 27,5%. No Sudeste, são 57,2%. O percentual de trabalhadores com carteira assinada no Nordeste é de 45,5%, contra 69,3% no Sudeste e 62% da média nacional.