Título: Cresce morte violenta entre homens
Autor: Samantha Lima
Fonte: Jornal do Brasil, 25/02/2005, Economia, p. A18

A Síntese dos Indicadores Sociais do IBGE colheu nos dados do registro civil uma informação preocupante. No quesito mortalidade, chamam a atenção as mortes por causas externas entre homens de 20 a 24 anos. Entre as mulheres, a taxa se manteve constante desde 1980, mas, entre os homens, avançou 50% no período, passando de 121 para 184 mortes por grupo de 100 mil habitantes.

- É preocupante. Desemprego e violência estão relacionados e refletem necessidade de políticas públicas urgentes - alerta o economista Marcelo Neri, da FGV.

Mas, se a sociedade brasileira ainda convive com problemas e desafios crescentes, a Síntese aponta avanços lentos, mas contínuos. Em dez anos, os brasileiros viram sua expectativa de vida aumentar em 3,6 anos, passando de 67,7 para 71,3 anos. Ainda há um longo caminho até os 80,5 anos que os japoneses vivem, ou mesmo dos 76,1 anos que dura, em média, a vida dos vizinhos chilenos, mas o país avançou cerca de 10 degraus, indo para a 86ª posição entre 192 países, segundo a Organização das Nações Unidas. A taxa de natalidade no período recuou de 22,6 por mil para 20,9 por mil.

A queda no ritmo de nascimentos permitiu a redução da carga dos inativos sobre a população ativa. Se, em 1993, cada 100 trabalhadores mantinham 63,5 pessoas inativas, hoje a mesma força de trabalho provém recursos para 51,1 pessoas. A queda neste momento é importante para amortecer o aumento do numero de idosos na sociedade, com a expectativa de vida em alta.

Em dez anos, também caiu a mortalidade infantil, de 4,11% para 2,75% entre os nascidos vivos.