Título: Agenda de militante petista
Autor: Daniela Dariano
Fonte: Jornal do Brasil, 20/02/2005, País, p. A4

Defensor ferrenho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o mais novo integrante do PT-RJ começa, amanhã, uma romaria a núcleos de base do partido no estado. A intenção, anuncia Miro Teixeire, é se empenhar no relacionamento com a legenda, atuando como militante. A peregrinação nada tem a ver com uma possível candidatura ao governo do Rio no ano que vem, assegura.

- Não é verdade. Mesmo numa candidatura a deputado, reúne os apoiadores e pergunta-se. Somos representantes, não voluntaristas - justifica.

Miro Teixeira afirma que o PT tem ''vários nomes que podem ser escolhidos'', mas não quis citar nenhum. Considera que Vladimir Palmeira é ''um desses altamente qualificados'', mas pondera que as candidaturas dependem ''de desejo e dos apoios internos''.

Ex-ministro das Comunicações e ex-líder do governo Lula na Câmara, Miro deixou o PPS nos últimos minutos permitidos para a troca de partido com o objetivo de definir a distribuição das comissões na Casa. Trocou pelo PT, explica, porque era ''o único lugar'' em que não terá dúvida de poder apoiar Lula para a reeleição em 2006.

Depois de fazer um retrospecto de fidelidade ao presidente em eleições enfrentadas desde 1989, o novo petista diz que quer votar em Lula no ano que vem.

- Todos que fazem minha campanha pressionam nessa direção. Viemos nessa luta de muito tempo. De repente, chega o processo eleitoral, nos direcionam para outra candidatura e a cabeça fica perplexa - explica Miro, ao mesmo tempo em que elogia a ''história formidável'' do PPS, legenda que ''espera'' estar no mesmo campo da disputa eleitoral.

Com louvores ao governo federal - ''perfeito não está, mas o quadro está melhorando'' -, Miro reconhece a necessidade de o Executivo federal avançar nas políticas públicas este ano. Na Câmara, considera um erro priorizar a prorrogação de mandatos e o aumento de salário dos parlamentares.

- Meu mandato vai até 21 de janeiro de 2007. Se for prorrogado, eu renuncio. Não fui eleito para isso - assegura.