Título: Palocci defende 'revolução silenciosa'
Autor: Luciana Otoni
Fonte: Jornal do Brasil, 25/02/2005, Economia, p. A19

Ministro nega uso de mágica para acelerar desenvolvimento

BRASÍLIA - O ministro da Fazenda, Antonio Palocci, afirmou ontem que o Brasil sofre uma ''revolução silenciosa'' no caminho para o país se tornar uma nação mais rica e desenvolvida. Palocci participou da solenidade de lançamento do projeto de integração dos terminais do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal.

Em uma rápida análise sobre a economia brasileira - no mesmo dia em que o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) divulgou ata sinalizando que os juros básicos, atualmente em 18,75% ao ano, devem voltar a subir em março e continuarão num patamar elevado por algum tempo para que a inflação se aproxime da meta de 5,1% em 2005 - Palocci reforçou o discurso de que o governo não fará mágicas, nem adotará medidas miraculosas para acelerar o desenvolvimento.

- O desafio maior não é garantir um ou outro aspecto novo na política econômica, mas interromper a antiga característica de crescimento de aceleradas e freadas - ressaltou.

O ministro sustentou sua tese citando a melhora do ambiente de negócios para a atuação das empresas, queda do risco país e melhora dos fundamentos da economia (contenção de gastos públicos para pagamento de juros, aprovação da Lei de Falências e diminuição do desemprego). Ele também disse ser um desafio fazer com que os benefícios da expansão repercutam nas famílias.

O compartilhamento de terminais de auto-atendimento e correspondentes bancários dos dois bancos estatais começa em 800 pontos em Brasília, Recife e Curitiba e se estenderá a todo o Brasil em junho, quando abrangerá 60 milhões de clientes das duas instituições, responsáveis por 4 bilhões de operações.

Inicialmente, os clientes de conta-corrente e poupança serão autorizados a checar saldo e sacar dinheiro. Posteriormente, poderão realizar outras operações, como pagamentos e transferências.