O GLOBO, n 32.317, 29/01/2022. Saúde, p. 21
Reforço eleva a 95% a proteção contra nova variante
Estudo britânico com Pfizer e Moderna demonstrou ação da dose extra em reduzir o risco de morte em pessoas acima dos 50
As vacinas da Pfizer ou Moderna contra a Covid-19, quando usadas como reforço em pessoas de 50 anos ou mais, aumentam para 95% a proteção contra morte causada pela variante Ômicron, informou a Agência de Segurança da Saúde do Reino Unido (UKHSA).
Cerca de seis meses após a segunda dose de qualquer imunizante, a proteção contra a morte causada pela Ômicron foi de cerca de 60% nas pessoas acima de 50 anos. No entanto, essa taxa aumentou para cerca de 95% duas semanas após receber as doses de reforço.
A UKHSA acrescentou que os dados mostram que o reforço garante também a queda no risco de hospitalização. A efetividade foi de 90% quando aplicada a terceira dose de Pfizer, caindo para 75% de 10 a 14 semanas após a aplicação. No caso da Moderna, os percentuais foram de 90% a 95%, e duraram até 9 semanas após a aplicação da dose extra.
— As evidências são claras. A vacina ajuda a proteger a todos nós, e o reforço oferece altos níveis de proteção contra hospitalização e morte nos membros mais vulneráveis da sociedade — disse Mary Ramsay, chefe da Imunização no UKHSA.
A agência britânica também divulgou uma análise inicial da eficácia da vacina contra a sublinhagem da Ômicron chamada BA.2, que está crescendo na GrãBretanha e na Dinamarca, encontrando um nível semelhante de proteção contra doenças sintomáticas.
Vinte e cinco semanas após duas doses da vacina, a efetividade contra a doença sintomática foi de 9% e 13%, respectivamente, para BA.1 e BA.2. A proteção aumentou para 63% para BA.1 e 70% para BA.2 a partir de duas semanas após o reforço.
— Isso mostra que após 5 variantes de preocupação diferentes da original de Wuhan, as vacinas iniciais ainda são efetivas —afirma o geneticista Salmo Raskin.