O GLOBO, n 32.317, 29/01/2022. Saúde, p. 22
Dinheiro e felicidade andam juntos, demonstra pesquisa
Evelin Azevedo
Um estudo feito pelo pesquisador Matthew A. Killingsworth, da The Wharton School, na Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, desmente o ditado “dinheiro não traz felicidade”. O trabalho, publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences, concluiu que quanto mais gorda a conta no banco, mais feliz você provavelmente será.
A pesquisa foi feita com dados de renda e classificações de felicidade do aplicativo Track Your Happiness. Ao longo do dia, os usuários eram convidados a responder à pergunta “como você se sente agora?”, cujas opções de respostas eram de “muito mal” a “muito bem”. Também foi feita a pergunta “no geral, quão satisfeito você está com sua vida?”, com respostas em uma escala de “nada” a “extremamente”
Foram coletados dados de 1.725.994 relatórios de bem-estar feitos por 33.391 adultos em idade ativa, com emprego, e que vivem nos EUA. Killingsworth descobriu que a relação entre os níveis de renda e felicidade era bastante linear, tanto em termos de bem-estar experimentado (com base em quão bem se sentiram quando solicitados ao longo do dia) e satisfação com a vida.
O estudo era quantitativo, mas seu autor propôs uma série de explicações sobre por que existe essa relação entre renda e satisfação.
“Uma possibilidade é que as pessoas gastem dinheiro para reduzir o sofrimento e aumentar o prazer, e que o dinheiro que sobra seja aplicado de forma diferente dependendo da renda”, escreveu. O autor explicou no trabalho que pessoas com renda aproximada de U$ 80 mil anuais apresentaram menos sentimentos negativos. Ele apontou a possibilidade de que “a mudança de renda baixa para moderada possa ser especialmente útil para evitar (ou mitigar) as causas do sofrimento”.
O estudo não conseguiu encontrar um ponto de corte, ou seja, não estabeleceu a partir de quais valor a renda começa ou não a influenciar o bem-estar do indivíduo.