Título: Candidatos da base brigam pela imagem de Lula
Autor: Bruno, Raphael
Fonte: Jornal do Brasil, 14/09/2008, Eleições Municipais, p. A26

Um dos sinais de que a propaganda eleitoral na televisão assumiu uma dimensão nunca antes vista no processo de escolha dos representantes é o de que o governador de Minas, Aécio Neves, não é o único cabo eleitoral cuja presença em peças publicitárias enfrenta problemas na Justiça Eleitoral. Se, no passado, a briga entre candidatos era para ter a honra de levar nomes de peso da política a comícios e carretas, hoje a disputa é para contar com o apoio de aliados no palanque da telinha.

No Rio de Janeiro, a Justiça Eleitoral, a pedido de Alessandro Molon (PT), proibiu Marcelo Crivella (PRB) de utilizar a imagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em seus programas eleitorais. Em Fortaleza, a senadora e candidata à prefeitura da capital cearense, Patrícia Saboya (PDT), enfrentou restrições semelhantes da candidata à reeleição Luizianne Lins (PT).

Paulo Alves, publicitário responsável pela campanha do candidato à prefeitura de Recife, João da Costa (PT), relativiza o poder da propaganda eleitoral. Na capital pernambucana, o petista, dono de quase um terço do tempo de televisão destinado à propaganda eleitoral, dobrou seu percentual de intenções de voto, saindo de um patamar de 22% para os atuais 45%. Mesmo assim, Alves garante que outros fatores continuam sendo importantes numa disputa eleitoral.

¿ O João da Costa é o candidato da administração atual (João Paulo-PT), muito bem avaliada ¿ observa. ¿ Apresenta consistência nos debates, mostra conhecimento dos problemas da cidade, teve participação em programas importantes da gestão atual. Ele já vinha crescendo enquanto a campanha estava só na ruas, antes mesmo da propaganda eleitoral na televisão. O marketing ainda não é tudo. (R.B)