Correio Braziliense, n. 22648, 24/03/2025. Brasil, p. 6
Preservação da biodiversidade amazônica
O Bioparque Vale Amazônia, criado em 1985, consolidou-se como um dos principais centros de pesquisa, conservação e educação em biodiversidade do Brasil. No centro da Floresta Nacional de Carajás, o espaço, que ocupa 30 hectares e tem 70% de floresta nativa, é dividido em 29 recintos, conta com mais de 360 animais de 70 espécies locais, além de um herbário, com mais de 16 mil espécies da flora amazônica.
Com o ambiente perfeitamente equilibrado, foram registrados nascimentos de onças-pintada, ararajuba, urubu-rei e harpia, todas essas espécies vulneráveis. No local, há um viveiro de imersão com mais de 86 aves de 24 espécies.
Atualmente, o herbário é indexado pelo Jardim Botânico de Nova York e faz parte da Rede Brasileira de Herbários e da rota internacional de pesquisa científica. O Bioparque Vale Amazônia recebe cerca de 100 mil visitantes por ano, e tem um hospital completo, que recebe animais vítimas de maus-tratos e recuperados do tráfico. Bichos feridos encontrados na região também são cuidados lá.
Genética
"O bioparque tem esse papel fundamental na conservação das espécies amazônicas, justamente por ser um lugar que protege. Ele também se tornou um banco genético vivo para essas espécies", relata Nereston Camargo, veterinário da instituição. "Caso ocorra a extinção no ambiente natural, a gente tem aqui um banco genético bem forte, e as espécies são totalmente saudáveis. Por isso, é importante esse trabalho, tanto na conservação como na educação ambiental."
Para estimular e facilitar o reflorestamento, o Viveiro de Mudas de Carajás já recebeu mais de 25 mil toneladas de sementes em seis anos. Em parceria com a comunidade extrativista da região (Coex), o viveiro planta espécies nativas que serão distribuídas nas áreas já mapeadas.
As sementes recebidas são levadas para uma espécie de berçário e depois para a casa de germinação, onde crescem até ter tamanho suficiente para ficar expostas a um ambiente não controlado. Assim, as árvores se adaptam ao clima do local onde serão plantadas.