Correio Braziliense, n. 22651, 27/03/2025. Brasil, p. 8

Exigência de reforçar políticas
Fernanda Strickland


O plano Geap Saúde promoveu, ontem, um debate sobre políticas públicas voltadas para as mulheres, sobretudo de proteção e de medidas para coibir a violência. De acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, mais de 90% dos feminicídios são precedidos por agressões dentro de casa. Nas discussões, houve o consenso de que esse cenário reforça a necessidade de políticas que garantam a punição dos agressores e a proteção das vítimas.

Segundo a diretora de Administração da Geap, Ana Cristina Santiago, as políticas de proteção às mulheres têm de se estender ao ambiente de trabalho. “A Geap tem um olhar muito especial para as mulheres. É uma empresa onde a igualdade salarial é praticada há muitos anos e há ocupação de mulheres em cargos de gestão e liderança”, afirmou.

Já a presidente do Comitê de Equidade da Geap, Socorro Lago, reforçou a importância do evento como um espaço de reflexão e mobilização. Já o diretor-presidente do plano, Douglas Figueredo, destacou que a empresa busca promover a equidade de forma concreta. “Precisamos cada vez mais trabalhar a equidade pelo equilíbrio entre homens e mulheres no local de trabalho”, disse.

Democracia

A deputada federal Renata Abreu (Podemos-SP), convidada para o debate, destacou que “uma democracia só vai ser plena com a participação de todos”. A parlamentar destacou a aprovação de leis em defesa das mulheres no Congresso, como a que destina 5% do Fundo Nacional de Segurança Pública para políticas de combate à violência contra elas.

“Muitas vezes, a mulher está sofrendo violência dentro de casa e não sai por dependência financeira. É importante garantir recursos para políticas efetivas, como construção de abrigos”, explicou.

Entre as medidas citadas pela deputada, estão o atendimento psicológico para grávidas e puérperas, e a obrigatoriedade de registro médico de indícios de violência doméstica. O investimento em abrigos e redes de apoio é essencial para quebrar esse ciclo.

A deputada lembrou que a violência contra a mulheres se manifesta também na política. Renata ressaltou que tem atuado para garantir recursos e tempo de tevê às candidatas, incentivando maior participação feminina na política.