O GLOBO, n 32.328, 09/02/2022. Política, p. 6

Provas contra Bolsonaro serão enviadas para inquérito sobre milícias digitais

Aguirre Talento e Mariana Muniz


O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou que provas produzidas contra o presidente Jair Bolsonaro e aliados na apuração sobre vazamento de dados sigilosos da Polícia Federal (PF) sejam compartilhadas com uma investigação a respeito da a existência de uma milícia digital com objetivo de atacar as instituições democráticas.

 

Ao concluir a investigação sobre a divulgação indevida das informações, a PF apontou que o presidente cometeu crime de violação de sigilo pelo vazamento dos dados, referentes a uma apuração sobre um ataque hacker ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

A Polícia Federal também disse que a conduta de Bolsonaro se assemelhava à atuação das milícias digitais que divulgam informações falsas para atacar a democracia, por isso pediu o compartilhamento de dados com o outro inquérito.

A decisão do ministro não deixa claro se Bolsonaro também passará a ser investigado no inquérito das milícias digitais. Caberá à Polícia Federal, que conduz o caso, definir diligências a respeito do assunto.

“Verifico a pertinência do requerimento da autoridade policial, notadamente em razão da identidade de agentes investigados nestes autos e da semelhança do modus operandi das condutas aqui analisadas”, escreveu Moraes.