Correio Braziliense, n. 22666, 11/04/2025. Política, p. 2
Unidos por voz na COP30
Fernanda Ghazali
O Acampamento Terra Livre (ATL), que termina hoje, está em sua 21ª edição. O tema da marcha deste ano é “A resposta somos nós”. Segundo os indígenas, o objetivo é mostrar ao governo e à sociedade a necessidade de agir contra a crise climática. Eles reivindicam o fim da era dos combustíveis fósseis, uma transição energética justa e o reconhecimento da importância dos povos originários e dos territórios tradicionais para a preservação da natureza.
No ATL, ontem, indígenas do Brasil e de mais 15 países reforçaram a importância da participação dos povos originários na 30ª Conferência da ONU sobre Mudança do Clima (COP 30), que ocorrerá em novembro, na cidade de Belém (PA).
“Sempre lutamos para que os povos indígenas estivessem no centro desse debate, porque os territórios funcionam como uma grande barreira contra o avanço das monoculturas, da mineração, do garimpo e do agronegócio”, afirmou a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara.
Sinéia Wapichana, presidente do Caucus Indígena da América Latina e Caribe, ressaltou que esta é uma oportunidade única de garantir participação real nas decisões climáticas. “Para fazer esse espaço ser nosso, precisamos de união. É possível fazer da COP 30 a melhor participação indígena da história”, destacou.
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, exaltou a importância dos povos indígenas para a preservação ambiental.