O GLOBO, n 32.330, 11/02/2022. Economia, p. 15

Ser­vi­ços têm alta de 10,9% em 2021 e supe­ram queda de 2020
Carolina Nalin


Resultado é o melhor desde agosto de 2015 e está perto de recorde da série

O setor de serviços, que representa cerca de 70% do PIB nacional, encerrou o ano de 2021 com crescimento de 10,9%, segundo dados da Pesquisa Mensal de Serviços, divulgados ontem pelo IBGE.

Com o desempenho positivo, a atividade superou as perdas do período mais crítico da pandemia e encontra-se 6,6% acima do nível de fevereiro de 2020. O setor também alcançou seu maior patamar desde agosto de 2015 e ficou 5,6% abaixo do recorde alcançado em novembro de 2014.

O desempenho indica uma recuperação expressiva do setor, que chegou a registrar a maior queda da série histórica da pesquisa, iniciada em 2012, ao despencar 7,8% em 2020. Em dezembro, o setor avançou 1,4%. Das cinco atividades investigadas, quatro apresentaram crescimento.

Mas a perspectiva para este ano é menos animadora. Na visão de analistas, a explosão de casos de Covid-19 com o avanço da variante Ômicron, a inflação elevada e o desemprego ainda alto podem dificultar o avanço das atividades em 2022.

— A desaceleração do PIB também deverá gerar dificuldades para serviços em 2022 — lembra Felipe Sichel, estrategista-chefe do banco digital Modalmais.

As atividades que mais se destacaram no ano foram transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (15,1%) e informação e comunicação (9,4%) — segmentos beneficiados pela maior demanda por digitalização e pelo crescimento do comércio eletrônico na pandemia. As duas atividades superaram as quedas registradas em 2020.

ALTA GERAL EM DEZEMBRO

A análise do mês de dezembro mostra que o maior impacto veio do setor de transportes, que cresceu 1,8% e apresentou o segundo resultado positivo seguido. O segundo maior destaque foram os serviços profissionais, administrativos e complementares, que cresceram 2,6%, também com a segunda taxa positiva consecutiva.

Os outros serviços também avançaram, tendo crescido 1,4% em dezembro. Já os serviços prestados às famílias avançaram pelo nono mês seguido e registraram alta de 0,9% em dezembro. No entanto, eles ainda se encontram 11,2% abaixo do patamar pré-pandemia.