Correio Braziliense, n. 22681, 26/04/2025. Brasil, p. 7
Casos de malária têm redução de 27%
Danandra Rocha
Os casos de malária caíram 26,8%, entre janeiro e março deste ano. A constatação foi feita pelo Ministério da Saúde por conta do Dia Internacional de Luta contra a Malária, cuja data foi ontem. De acordo com a pasta, foram 25.473 ocorrências no primeiro trimestre, o que confirma a redução na comparação com as 34.807 notificações no mesmo período de 2024.
Além da diminuição no número de infecções, as mortes também caíram: 43 óbitos nos três primeiros meses do ano, contra 63 no ano passado — uma queda de 27%. Segundo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, boa parte dessa melhora é reflexo direto da intensificação da vigilância e do uso de tecnologias mais eficientes.
No evento em alusão ao Dia Internacional de Luta contra a Malária, na Academia Nacional de Medicina, no Rio de Janeiro, Padilha destacou o papel fundamental das inovações no avanço contra a doença. Entre elas, o uso de testes rápidos e o antimalárico tafenoquina, um medicamento de dose única classificado como inovador pelo ministério.
“Nosso compromisso é zerar os óbitos por malária e buscar a eliminação da doença. Estamos introduzindo cada vez mais tecnologias eficazes: o melhor tratamento disponível, o uso ampliado de testes rápidos e a adoção da tafenoquina — que já é uma realidade no Brasil. Treinamos quase 3 mil profissionais, tratamos mais de 7 mil pessoas, e a meta é ampliar o acesso em todo o país até 2026”, afirmou o ministro.
Medicamento
A tafenoquina tem sido usada em 49 municípios em seis estados nos quais há alta incidência de malária — Amazonas, Roraima, Pará, Rondônia, Amapá e Acre —, além de nove Distritos Sanitários Indígenas. A previsão é que a medicação seja implementada nas unidades da Federação fora da Região Amazônica a partir de maio e, em junho, chegue a duas áreas do Mato Grosso. Uma versão pediátrica do remédio também está em processo de análise para ser incorporada ao SUS, com avaliação inicial favorável da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec), que integra o Ministério da Saúde.
Com 99% dos casos concentrados na Amazônia Legal — que engloba Acre, Amazonas, Maranhão, Tocantins e Rondônia —, o ministério adotou estratégias específicas para áreas vulneráveis, como garimpos e assentamentos, que já apresentaram queda de 27,5% e 11% nos casos, respectivamente.
No evento no Rio, Padilha destacou que a malária fora da Amazônia, embora menos frequente, tem maior gravidade. “Embora o número de casos seja menor fora, a letalidade é mais alta. Por isso, vamos implementar um sistema de vigilância específico para os estados com registros fora da Amazônia. É preciso criar alertas e ações direcionadas para esses territórios”, salientou.
Frase
“Nosso compromisso é zerar os óbitos por malária e buscar a eliminação da doença. Estamos introduzindo cada vez mais tecnologias eficazes: o melhor tratamento disponível, o uso ampliado de testes rápidos e a adoção da tafenoquina — que já é uma realidade no Brasil. A meta é ampliar o acesso em todo o país até 2026”
Alexandre Padilha, ministro da Saúde