O GLOBO, n 32.332, 13/02/2022. Economia, p. 16
Na hora de aplicar, atenção às ciladas no mundo real e no virtual
Com o maior uso das criptomoedas no mundo, crescem os golpes. No ciberespaço, roubos de ativos, sequestro de dados em troca de resgate, fraudes com NFTs e outros crimes envolvendo criptomoedas somaram US$ 14 bilhões em 2021, um recorde que significa alta de 79% em relação ao ano anterior, segundo a Chainnalysis. Na vida real, há o risco de cair em pirâmides financeiras como a do chamado “faraó dos bitcoins”, apelido que celebrizou um ex-garçom preso em agosto de 2021, no Rio, acusado de enganar investidores em criptomoedas.
—No mundo dos criptoativos, valem os mesmos cuidados para não cair em golpes financeiros, como não clicar em links recebidos de e-mails desconhecidos ou por SMS. Cibercriminosos se aproveitam da distração e da curiosidade das pessoas —diz Fernando de Falchi, gerente de Engenharia de Segurança da Check Point Software Brasil.
O consultor de investimentos Paulo Bittencourt alerta que é preciso desconfiar de promessas de ganhos elevados com uma nova cripotomoeda, divulgadas com frequência em grupos de WhatsApp. Nesse tipo de golpe, os criminosos levam o investidor a abrir uma carteira digital e fazer um depósito, mas somem com o dinheiro em vez de investir.
Como há uma infinidade de corretoras de criptoativos (as chamadas exchanges) que oferecem carteiras digitais, ter uma referência de terceiros, antes de abrir a conta, é uma forma de evitar ciladas. Quem cai tem dificuldades de pedir ressarcimento na Justiça. Muitas exchanges não têm sede.
Há registros de golpes aplicados até mesmo por aplicativos de paquera, como o Tinder. Golpistas disfarçados de pretendentes levam a conversa para o mundo das finanças e convencem a vítima a desembolsar determinada quantia para ter ganhos com criptomoedas. Os golpistas limpam a carteira digital e somem. Também há casos de tokens que simulam investir em determinados projetos, mas são concebidos apenas para enganar desavisados. (JSN)