Correio Braziliense, n. 22686, 01/05/2025. Política, p. 4
CPI é protocolada e entra na fila de pedidos na Câmara
Israel Medeiros
Wal Lima
O pedido para a instalação de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) na Câmara, destinada a investigar as fraudes no INSS, foi protocolado pela oposição, ontem, com 185 assinaturas. Há, no entanto, outras 12 solicitações de instalação de CPIs sobre diversos assuntos. Todas aguardam uma decisão do presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB). O assunto foi tratado na reunião de líderes nesta quarta-feira.
Líderes ouvidos pelo Correio disseram que Motta ainda não decidiu o que fará com relação ao pedido da comissão para investigar o INSS, liderado pelo deputado Coronel Chrisóstomo (PL -RO). Quando o assunto é CPI, o timing é essencial para que os envolvidos consigam colher frutos políticos, mesmo que haja apoio suficiente dos deputados.
Na saída da reunião, o líder do PL, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), disse que Motta assegurou que vai decidir sobre a cronologia das CPIs depois dos ritos de instalação das comissões especiais na Casa, que devem ocorrer nos próximos dias e são prioridade da presidência da Câmara. Entre elas, está a que vai discutir a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil.
“O presidente deu a justificativa de que já tem 12, e essa seria a 13ª CPI na Casa. Ele vai deliberar, depois dessas comissões especiais todas que ele está criando, sobre o que fazer com essa cronologia de CPIs. Mas a CPI dos aposentados é algo urgente, é inadmissível o que está acontecendo com os aposentados do Brasil na proporção que está acontecendo”, comentou Sóstenes.
O parlamentar acrescentou: “CPI na Câmara ou uma CPMI, isso nós precisamos implementar com toda a urgência do mundo, para que não só a gente coíba os erros e a roubalheira contra os aposentados do Brasil, mas em especial para que se criem mecanismos de devolução desse dinheiro o mais rápido possível”.
O objetivo da CPI é investigar a participação de agentes públicos no escândalo dos desvios na Previdência, que virou notícia na semana passada depois de uma operação da Polícia Federal. O total desviado de 2019 a 2024, segundo as investigações, pode chegar a R$ 6,3 bilhões.
Na coletiva de imprensa para divulgar o pedido, parlamentares defenderam que o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, peça demissão, para que as investigações ocorram sem interferências dos supostos envolvidos