Correio Braziliense, n. 22687, 02/05/2025. Política, p. 3

Collor vai para casa
Luana Patriolino



O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu, ontem, prisão domiciliar ao ex-presidente da República Fernando Collor de Mello. O político está detido desde 25 de abril, em Maceió, para cumprir a pena de 8 anos e 10 meses por corrupção e lavagem de dinheiro. Ele deverá usar tornozeleira eletrônica, além de cumprir outras medidas cautelares impostas pela Justiça.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) havia se manifestado a favor da concessão de prisão domiciliar. Os advogados do ex-presidente solicitaram a concessão de prisão domiciliar, pois, segundo eles, existem “comorbidades graves” devido à idade avançada (75 anos), doença de Parkinson, apneia grave do sono, transtorno afetivo bipolar e o uso de 8 medicamentos diários.

Moraes determinou a tornozeleira eletrônica com monitoramento da Secretaria de Estado de Ressocialização e Inclusão Social de Alagoas. A decisão também determinou a suspensão do passaporte e a limitação das visitas ao ex-presidente. Ficam liberados para se encontrar com o político apenas advogados, equipe médica e familiares, além de outras pessoas previamente autorizadas pelo STF. Em nota, a defesa de Collor afirmou que recebe com “serenidade e alívio” a decisão de Moraes. “De fato, conforme comprovado e reconhecido, a idade avançada e o estado de saúde do ex-presidente, que está em tratamento de comorbidades graves, justificam a medida corretamente adotada”, diz o comunicado.

A denúncia contra Fernando Collor foi apresentada em 2015. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), ele recebeu R$ 20 milhões em propina por negócios da BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras na venda de combustíveis. Os pagamentos teriam sido feitos entre 2010 e 2014.