Correio Braziliense, n. 22689, 04/05/2025. Política, p. 3

Oposição quer CPMI



Enquanto o governo prepara respostas administrativas, a oposição busca uma reação parlamentar. Deputados e senadores trabalham para obter o número de assinaturas necessárias para protocolar o pedido de abertura de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito para investigar as irregularidades no INSS. Para a CPMI, são necessárias assinaturas de 171 deputados e 27 senadores.

Segundo o partido Novo, só falta a assinatura de seis deputados para o pedido ser protocolado — ou seja, 165 parlamentares já assinaram o documento. “Carlos Lupi não pediu demissão porque acha que fez algo errado. O ex-ministro não acha errado tirar dinheiro dos aposentados para financiar sindicatos e entidades coletivas. Essa medida é consenso na esquerda. Lupi só saiu do cargo porque o esquema veio à tona. E ficou feio”, disse Eduardo Ribeiro, presidente do Novo.

O deputado federal Marcel van Hattem (Novo-RS), líder da legenda na Câmara, afirmou que pretende seguir exigindo a instalação imediata da CPI do INSS para investigar o escândalo e responsabilizar todos os envolvidos. “Carlos Lupi caiu, mas isso está longe de encerrar o caso. O ex-ministro soube das fraudes muito antes de qualquer providência ser tomada e nada fez. O resultado foi um esquema bilionário que atingiu justamente os mais vulneráveis do INSS. A omissão do governo é inaceitável”, criticou Van Hattem.

A senadora Damares Alves (RepublicanosDF) afirmou, em uma publicação no X (antigo twitter), que conseguiu 28 assinaturas entre os pares. “Uma CPI Mista é possível ser instalada”, afirmou.

A oposição busca contornar a fila de CPIs já protocoladas na Câmara, onde há pelo menos 12 requerimentos pendentes de avaliação. Apesar do apoio parlamentar, a instalação da comissão depende do presidente do Senado,Davi Alcolumbre (União -AP), que ainda não leu o requerimento em plenário — passo necessário para a efetivação da CPMI.