O GLOBO, n 32.336, 17/02/2022. Política, p. 4

PSD mantém diretoria na Funasa em troca com pano de fundo eleitoral

Naiara Trindade e Bernardo Mello


ENQUANTO ISSO...

Ao mesmo tempo em que conversa com o PT sobre a possibilidade de aliança já no primeiro turno da eleição presidencial, o PSD segue mantendo espaços de poder no governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) —a quem o chefe da sigla, Gilberto Kassab, já disse que não apoiará no pleito.

O movimento mais recente partiu do deputado Domingos Neto (PSD-CE), responsável pela indicação de Marlos Costa de Andrade para exercer o cargo de diretor do Departamento de Engenharia de Saúde Pública da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), como informou o blog do colunista Lauro Jardim.

Desde 2019, Marlos Costa já ocupava o cargo de superintendente da Funasa no Ceará, também pelas mãos de Neto.

O antecessor de Costa na diretoria também havia sido indicado pelo PSD: Jonas Moura, ex-prefeito do município de Água Branca (PI), exonerado em janeiro em meio às movimentações do seu partido no estado.

No Piauí, a sigla embarcou na base do governador Wellington Dias (PT) e acertou a filiação do deputado federal Fábio Abreu, que deixou o PL após a chegada de Bolsonaro, para manter o apoio ao PT no estado e à Presidência.

No Ceará, o PSD articula para indicar o ex-deputado Domingos Filho, pai de Domingos Neto, ao posto de vice-governador numa chapa liderada por PT e PDT, mas hesita em assumir um palanque com Lula ou com o pedetista Ciro Gomes. A tentativa é de delimitar a aliança ao âmbito estadual.

Ano passado, o PSD angariou também a presidência da Funasa com a indicação de Miguel da Silva Marques para o comando do órgão ligado ao Ministério da Saúde, que detinha orçamento de R$ 2,4 bilhões.