Correio Braziliense, n. 22695, 10/05/2025. Política, p. 4
Leite fala em presidência, mas admite abrir mão para Tarcísio
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, disse, ontem, que quer ser o candidato do PSD a presidente da República em 2026. Ele defendeu uma candidatura de centro para superar a polarização e declarou que sua vontade de liderar o projeto “jamais será maior” do que a de ver o país dar certo, mostrando disposição para ceder caso outros governadores de centro-direita demonstrem ter mais viabilidade. “Os fins não justificam os meios”, frisou.
Leite deixou o PSDB e se filiou ao partido presidido por Gilberto Kassab, ontem, em cerimônia na sede da sigla em São Paulo. O gaúcho tem a concorrência interna do governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), com quem disse não querer disputar prévias, como fez no PSDB com João Doria, e, sim, alcançar consenso sobre o melhor nome.
Ele também admitiu a possibilidade de apoiar o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), caso ele decida disputar o Planalto. “Entendo que, se nós tivermos um projeto comum para o Brasil, temos de reconhecer que, se sob a liderança dele (Tarcísio) isso pode melhor se efetivar, que seja feito”, declarou, ao ser questionado sobre o chefe do Executivo paulista.
“Agora, posiciono-me porque me sinto pronto para liderar o projeto. Ele (Kassab) sabe dessa aspiração e sabe que, do meu lado, jamais será a qualquer custo.
Neste momento, é menos sobre os nomes e mais sobre a discussão do projeto”, ressaltou, acrescentando que uma candidatura ao Senado está na mesa, se não conseguir disputar o Planalto.
Logo após a declaração, Kassab voltou a dizer que é “mais do que o natural” que o PSD não lance candidato e apoie Tarcísio se o governador de São Paulo decidir pela eleição presidencial.
No discurso, Leite destacou que a polarização impede a evolução do Brasil e que é preciso parar de brigar com pessoas e passar a enfrentar problemas do país, como a inflação e a criminalidade. Também pregou que serão necessários reformas e ajustes que não são simpáticos para corrigir o desequilíbrio fiscal do governo. “Precisamos fazer isso do jeito certo, do jeito que busca convergência, e não o aprofundamento de conflitos. Não dá mais para viver num país onde não se pode falar de política”, ressaltou.