VALOR ECONÔMICO, n 5413, 08, 09 e 10 de janeiro de 2022. Agronegócios, B8
Com embargo chinês, exportação de carne bovina caiu 7% em 2021
Érica Polo e Fernanda Pressinott
Em 2021, ano marcado pelo embargo chinês à carne bovina brasileira, as exportações do produto (in natura e processado) totalizaram 1,8 milhão de toneladas, volume 7% menor que o de 2020, segundo a Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), que fez o levantamento com base em dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Com a elevação dos preços no mercado internacional, a receita com os embarques aumentou 9% no ano passado, para US$ 9,2 bilhões.
Em dezembro, as exportações somaram 151,5 mil toneladas, queda de 10% em relação a dezembro de 2020. A receita, por sua vez, diminuiu 2%, a US$ 726,6 milhões.
A China continuou a ser o maior comprador da carne bovina brasileira, mesmo com a suspensão das importações, que durou mais de três meses - a medida foi adotada no início de setembro, após a descoberta de dois casos atípicos da doença da “vaca louca”. No ano passado, os chineses importaram 950 mil toneladas; em 2020, as compras foram de 1,2 milhão de toneladas.
No ano passado, os Estados Unidos passaram a ser o segundo maior comprador da carne brasileira. As importações americanas cresceram 150% em relação a 2020 e alcançaram 148,2 mil toneladas. O Chile manteve a terceira posição, com importações que somaram 110,6 mil toneladas (aumento de 22,4%).
As exportações de carne de frango (in natura e processados), por sua vez, totalizaram 4,6 milhões de toneladas em 2021, maior volume já registrado pelo setor em um único ano, segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). O volume cresceu 9% em comparação com 2020 e a receita aumentou 25,7%, a US$ 7,66 bilhões.
Apenas no mês de dezembro, as exportações de carne de frango totalizaram 411 mil toneladas, uma alta de 7,7% na comparação anual. Já a receita com os embarques cresceu 29,9% no mês, para US$ 718,9 milhões.