O GLOBO, n 32.337, 18/02/2022. Economia, p. 12

Democracia brasileira é ‘barulhenta’, diz Guedes

Fernanda Trisotto


Em reunião virtual com representantes do G20, ministro da Economia afirma que realizações do governo na pandemia são uma 'revolução silenciosa” e garante que país continua atraindo investimentos estrangeiros

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou, mais uma vez, que a democracia brasileira é “barulhenta”, mas exaltou os feitos do governo em participação virtual na primeira reunião deste ano dos ministros de finanças e líderes de bancos centrais do G20, grupo que reúne as 20 maiores economias do mundo. O bloco está atualmente sob a presidência da Indonésia.

— A democracia do Brasil é barulhenta, todos nós podemos concordar com isso, mas esse governo alcançou resultados que, dada a pandemia global, são nada menos do que uma revolução silenciosa — declarou Guedes, em vídeo, durante a sessão sobre Economia Global e Saúde do encontro.

O ministro destacou também que o Brasil implementou um amplo programa de vacinação contra a Covid e manteve o foco em sustentabilidade fiscal e reformas, enfrentava a crise sanitária, sem citar a demora do país para acertar a compra de imunizantes. Guedes mencionou ainda ações como o Auxílio Emergencial e o programa de manutenção do emprego e renda (BEm).

—Enquanto lidamos com o vírus, mantivemos nosso foco na sustentabilidade fiscal e nas reformas estruturais necessárias para uma recuperação econômica. Nosso objetivo é transformar o Brasil em uma economia de mercado aberta, sustentável e inclusiva de consumo massivo —disse Guedes.

Entre as medidas estruturais, o ministro citou a digitalização de serviços públicos federais, a redução de tarifas de importação, a aprovação da lei de falências e o marco legal das start-ups, além da independência do Banco Central.

Guedes voltou a afirmar que o Brasil surpreenderá positivamente e que está atraindo investimentos estrangeiros graças à aprovação de marcos regulatórios. Ele estima que os investimentos somarão um montante de US$ 150 bilhões para os próximos dez a 12 anos.

Com relação ao meio ambiente — constante alvo de questionamentos na esfera internacional, inclusive da OCDE, o chamado “clube dos ricos”, no qual o país busca obter uma vaga — o ministro mencionou o Programa de Crescimento Verde e reafirmou o compromisso brasileiro com resoluções do Acordo de Paris e as discussões na COP-26.