Correio Braziliense, n. 22701, 16/05/2025. Política, p. 2

Moro bate boca com ministro


O ministro da Previdência, Wolney Queiroz, e o senador Sergio Moro (União-PR) trocam acusações de omissão na audiência de ontem, no Senado, sobre as fraudes no INSS.

O bate-boca começou quando Moro questionou se Queiroz sabia dos descontos associativos indevidos enquanto secretário executivo da pasta e apontou uma omissão dele em uma reunião de 2023 sobre a denúncia das fraudes.

Queiroz negou e colocou as fraudes na conta do governo Bolsonaro, quando Moro era ministro da Justiça. E lembrou do depoimento de um funcionário que alertava para o caso na época.

“Essas denúncias foram feitas em 2020, senador. Parece que Vossa Excelência era o ministro da Justiça nessa época. Vossa Excelência fez alguma coisa para coibir essas fraudes?”, rebateu.

Moro também negou ter conhecimento das acusações a partir do depoimento de um servidor. “Esses fatos nunca foram informados a mim como foram informadas à Vossa Excelência na reunião lá em 2023.

Quem se omitiu aqui foi Vossa Excelência”, afirmou. “O senhor ouviu na reunião, ministro. Na reunião foi informado sobre as fraudes, e Vossa Excelência não fez nada. Vossa Excelência era de confiança de Carlos Lupi e continua no ministério”, emendou, numa referência ao então ministro da Previdência.

O atual titular da pasta reiterou que não tinha conhecimento das informações de fraude e que soube do caso pela imprensa.

Momentos depois, Moro voltou ao assunto e afirmou que já não estava mais no governo Bolsonaro à época do depoimento do servidor, em setembro de 2020. “Se eu tivesse recebido, como Vossa Excelência recebeu, em junho de 2023, a notícia que havia essas fraudes, eu teria tomado providências imediatas”, disse.