Correio Braziliense, n. 22705, 20/05/2025. Política, p. 3

Haddad: quinta-feira sai quadro fiscal



O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que encaminhou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva as medidas que havia anunciado na semana passada para viabilizar o cumprimento da meta de resultado primário de 2025. Segundo ele, todas as propostas serão divulgadas na quinta-feira, quando será publicado o relatório bimestral de receitas e despesas.

Ele evitou, no entanto, antecipar o valor de contenção de gastos que será anunciado pela equipe econômica.

“Dia 22, a gente vai dar ao público todo o quadro fiscal deste ano e projeção para o ano que vem também. Até quinta-feira sai tudo”, disse. “Vamos ter várias reuniões esta semana para fechar, e quinta-feira a gente divulga o quadro fiscal e o que for necessário”, emendou.

Na semana passada, Haddad ressaltou que o governo está discutindo medidas pontuais para o cumprimento da meta de resultado primário de 2025. Ele negou a discussão sobre abertura de espaço fiscal para novos projetos. “Não há demanda de espaço fiscal para projetos novos”, pontuou, em conversa com jornalistas.

Também ontem, o secretário de Política Econômica do ministério, Guilherme Mello, enfatizou que as notícias divulgadas pela imprensa de que o governo lançará um pacote de medidas para alavancar a popularidade às vésperas da eleição presidencial criam temor, mas não trazem informações novas. Ele assegurou que o objetivo do governo é garantir o cumprimento das metas fiscais.

De acordo com o secretário, esse debate sobre “pacote de medidas” é uma forma de contar história, mas não reflete o que tem sido feito pelo governo.

Sobre a destinação de recursos para novas políticas públicas, Mello reforçou que esse é o papel do Executivo. “Se o governo não tiver perspectiva de fazer nenhuma política pública, para que serve o governo?”, questionou.

Fontes do governo entendem que é preciso o lançamento de novos programas para melhorar a popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de olho na eleição de 2026. Na opinião dessas fontes, as ações já previstas, como o Minha Casa, Minha Vida e o novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), não estão tendo os resultados esperados e é preciso um “fato novo” para Lula ter um respiro de popularidade.

O Palácio do Planalto analisa uma série de medidas com o intuito de alavancar a popularidade de Lula nos próximos meses.